Publicado em: 12/08/2025 às 12:30hs
O setor sucroenergético brasileiro está passando por uma transformação profunda, impulsionada pela crescente demanda global por biocombustíveis. Para converter essas oportunidades em ganhos reais, especialistas apontam a necessidade urgente de modernização, com foco na adoção de tecnologias como inteligência artificial (IA) e agentes inteligentes.
Tradicionalmente voltadas à produção de açúcar e etanol, as usinas estão se reinventando como biorrefinarias multifuncionais. Hoje, essas unidades são capazes de produzir energia elétrica, biogás, combustíveis avançados e até insumos para a indústria química. Essa diversificação está ancorada em inovação tecnológica e sustentabilidade, consolidando uma nova abordagem produtiva no setor.
A nova geração de usinas, chamadas de “usinas do futuro”, já nasce estruturada em tecnologias digitais de ponta. Com a integração de IA, Internet das Coisas (IoT) e big data, essas unidades operam com processos totalmente integrados em plataformas digitais, otimizando gestão, produção e comercialização.
A primeira usina nesse novo modelo está sendo construída no município de Prata, no Triângulo Mineiro (MG), com investimento superior a R$ 1 bilhão. Prevista para entrar em operação a partir de 2026, a planta terá como foco o processamento de cana-de-açúcar para produção de açúcar, etanol, bioenergia e levedura, além do cultivo de soja e amendoim.
Segundo Alessandra Balbo Di Sicco, head comercial do Agronegócio da Senior Sistemas e membro do conselho do Grupo Balbo, esta será a primeira usina de cana-de-açúcar construída do zero no Brasil nos últimos 20 anos. “Ela já nasce 100% estruturada em tecnologia, com uso de inteligência artificial e agentes inteligentes desde o início das operações”, ressalta.
Toda a gestão da nova usina será centralizada em uma plataforma digital da Senior Sistemas, que permitirá a otimização de processos e a redução da necessidade de grandes equipes administrativas. A complexidade do setor exige soluções integradas — da produção agrícola à comercialização — em um único sistema.
“Os clientes não querem mais soluções fragmentadas. Eles buscam uma plataforma completa, intuitiva e que conecte todas as áreas de forma eficiente”, explica Alessandra.
Com a integração dos agentes inteligentes ao sistema de gestão (ERP), as usinas ganham maior eficiência operacional. Esses sistemas, apoiados por IA, geram alertas em tempo real, sugerem melhorias e interpretam dados com precisão, otimizando etapas desde a industrialização até a venda dos produtos.
Alessandra reforça que os agentes não substituem trabalhadores, mas tornam os processos mais eficientes. “Eles ajudam a detectar anomalias, sugerir melhorias e acelerar decisões. A Senior foi pioneira na criação desses agentes, e é isso que queremos levar às usinas do futuro”, afirma.
A transformação digital não se restringe às grandes indústrias. Pequenos e médios produtores também podem se beneficiar das tecnologias digitais, alcançando melhor controle sobre o plantio, tratos culturais e colheita, além de reduzir custos e aumentar a produtividade.
“Os produtores menores agora também exigem plataformas completas, com IA integrada, para otimizar sua gestão e tomada de decisão”, completa a especialista.
As soluções da Senior Sistemas serão apresentadas na 31ª edição da Fenasucro & Agrocana, maior feira mundial voltada à cadeia de bioenergia, que ocorrerá entre 12 e 15 de agosto, em Sertãozinho (SP).
Durante o evento, Alessandra Di Sicco pretende demonstrar ao mercado como essas tecnologias podem preparar as empresas para os desafios dos próximos anos. Ela destaca ainda a importância da modernização das usinas já existentes: “Todas as soluções que vamos apresentar podem ser aplicadas às unidades que ainda precisam passar por uma transformação digital. Isso inclui ERP, RH e toda a gestão agroindustrial em uma única plataforma”, finaliza.
Fonte: Portal do Agronegócio
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