Etanol

Raízen investe em nova planta de etanol celulósico em Goiás

Companhia destina R$ 1,2 bilhão à construção de unidade de etanol de segunda geração, ampliando sua presença fora de São Paulo e reforçando seu compromisso com energias renováveis


Publicado em: 07/10/2024 às 15:00hs

Raízen investe em nova planta de etanol celulósico em Goiás

A Raízen escolheu o município de Jataí, em Goiás, para instalar sua nova unidade de produção de etanol de segunda geração (E2G), utilizando a palha e o bagaço da cana-de-açúcar como matéria-prima. O investimento, avaliado em R$ 1,2 bilhão, marca a primeira incursão da empresa na produção de etanol celulósico fora do Estado de São Paulo.

Esse aporte faz parte de um pacote de investimentos anunciado em 2022, viabilizado após a Raízen firmar um acordo de fornecimento de longo prazo com a Shell, acionista da empresa. O contrato, estipulado em euros, prevê a entrega de biocombustíveis por um período de dez anos.

A nova planta será anexada à atual usina da Raízen em Jataí, com previsão de início das operações em 2028. Durante a construção, serão gerados 168 empregos diretos e aproximadamente mil vagas indiretas, contribuindo para o desenvolvimento econômico da região.

Até o momento, todas as plantas de E2G da Raízen estavam localizadas no Estado de São Paulo. A aposta da companhia é no mercado externo, sobretudo na Europa, onde cresce a demanda por biocombustíveis com baixa pegada de carbono, especialmente aqueles que não competem com a produção de alimentos. Além disso, a empresa vislumbra oportunidades em mercados como os Estados Unidos e o Japão.

Atualmente, a Raízen opera duas plantas de E2G em Piracicaba (SP), na Usina Costa Pinto, e em Guariba (SP), na Usina Bonfim. Há outras duas em construção em Barra Bonita (SP), na Usina da Barra, e em Valparaíso (SP), na Usina Univalem, que devem começar a operar na safra de 2025/26. No total, a companhia planeja construir nove plantas, com capacidade de produção de 82 milhões de litros de etanol por ano, podendo alcançar 1,6 bilhão de litros, segundo projeções baseadas na produção agrícola atual.

A estratégia de expansão da Raízen está fortemente vinculada a contratos de venda já firmados, o que facilita a captação de recursos para o financiamento das obras. Em 2022, a empresa assinou um contrato com a Shell, assegurando a comercialização do etanol celulósico por uma década, em um acordo avaliado em R$ 3,3 bilhões. Além disso, os contratos preveem um preço mínimo de venda, com possibilidade de ajustes conforme as variações do mercado à vista (spot).

Em sua oferta inicial de ações (IPO), a Raízen se comprometeu a construir 20 plantas de E2G e investir em usinas de biogás, utilizando os R$ 6,9 bilhões captados junto aos investidores.

“A nova planta de E2G reforça nosso compromisso com a inovação e o investimento em energias limpas e renováveis, respondendo à demanda global por soluções mais sustentáveis e contribuindo para o desenvolvimento da economia local”, afirmou Francis Queen, vice-presidente de Açúcar e Renováveis da Raízen.

A empresa aposta no etanol celulósico não apenas como combustível substituto da gasolina, mas também como insumo de baixa pegada de carbono para a produção de plásticos verdes e combustíveis com menor intensidade de carbono para os setores de aviação e marítimo.

Fonte: Portal do Agronegócio

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