Etanol

Mato Grosso: O Novo colosso do etanol

Estado se torna o segundo maior produtor de etanol no Brasil e registra recordes na safra 2023/24


Publicado em: 25/04/2024 às 18:40hs

Mato Grosso: O Novo colosso do etanol

Mato Grosso consolidou seu lugar como um dos maiores polos de produção de etanol e bioenergia no Brasil. Segundo dados divulgados pelo Bioind MT (Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso) e pelo IMEA (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), a safra 2023/24 foi marcada por um recorde significativo: a produção total de etanol, que inclui o produzido a partir da cana-de-açúcar e do milho, chegou a 5,72 bilhões de litros, um aumento de 32% em relação ao período anterior.

Este crescimento expressivo levou Mato Grosso ao segundo lugar no ranking nacional de produção de etanol, ficando atrás apenas de São Paulo. No segmento específico de etanol de milho, o estado já ocupa a primeira posição no país. O aumento da produção foi impulsionado pelo incremento da capacidade das usinas, tanto por meio de ampliação como pela instalação de novas plantas. O rendimento industrial para milho e cana também atingiu recordes nesta safra.

Do total produzido na safra 2023/24, 4,54 bilhões de litros vieram do milho, enquanto 1,18 bilhão de litros foi obtido a partir da moagem de cana. Deste montante, 3,73 bilhões de litros foram de etanol hidratado, que é usado diretamente nas bombas de combustível, e 1,99 bilhão de litros foram de etanol anidro, adicionado à gasolina.

O presidente do Bioind MT, Silvio Rangel, destacou a importância do etanol para o desenvolvimento sustentável e a transição energética no Brasil. "Mato Grosso se consolida como um dos grandes polos da bioenergia no país, uma indústria do futuro sustentável e um dos motores do desenvolvimento econômico nacional nas próximas décadas", afirmou.

Projeções para a Próxima Safra

Para a safra 2024/25, a expectativa do IMEA é de um aumento de 10,03% na produção total de etanol, chegando a 6,30 bilhões de litros. Desse volume, 5,207 bilhões de litros devem vir do milho e 1,088 bilhão de litros da cana.

Rangel ressaltou os benefícios da indústria do etanol para a economia e o meio ambiente, como a produção de biocombustíveis, óleo de milho, fertilizantes, proteína vegetal para alimentação animal, emissão de créditos de carbono e geração de energia elétrica a partir de resíduos. Ele também destacou que o setor gera empregos e aumenta a arrecadação de impostos no estado. Mato Grosso conta atualmente com 18 indústrias de etanol, com outras quatro em fase de planejamento para operação nos próximos anos.

O estado busca ainda ser pioneiro na criação da primeira indústria de etanol carbono negativo do mundo, com a tecnologia de BECCS (bioenergia com captura e armazenamento de carbono), que está em desenvolvimento em algumas indústrias locais.

A Produção de Milho em Alta

Mato Grosso é responsável por 38% da safra nacional de milho, com uma produção de 43,8 milhões de toneladas em 2023/24. A moagem de milho também atingiu recordes, com 10,11 milhões de toneladas, um crescimento de quase 38% em relação ao período anterior. O índice de rendimento industrial para o etanol de milho foi de 449,27 litros por tonelada de milho.

Outro destaque da safra foi o DDG (Grãos Secos de Destilaria), um coproduto do etanol de milho usado na alimentação animal. A produção de DDG foi de 2,12 milhões de toneladas, um aumento significativo em relação ao período anterior, com os principais mercados sendo Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Recordes na Produção de Cana-de-Açúcar

O aumento de 10,6% na moagem da cana-de-açúcar trouxe um novo recorde ao Mato Grosso, com 17,65 milhões de toneladas. Desse total, 12,08 milhões foram destinados à produção de etanol e 5,57 milhões à produção de açúcar. A produção de açúcar atingiu um volume recorde de 537,7 mil toneladas, 7% acima da safra anterior.

Este cenário foi influenciado pela menor oferta de açúcar no mercado internacional, devido à quebra de safra em países asiáticos, como Índia e Tailândia, elevando os preços e impulsionando a demanda por açúcar brasileiro. Como resultado, as exportações de açúcar do Mato Grosso registraram o maior volume desde 2009, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Fonte: Portal do Agronegócio

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