Publicado em: 14/08/2025 às 16:30hs
Com a inauguração da primeira fase de sua biorrefinaria em Balsas (MA) no dia 1º de agosto, a Inpasa planeja impulsionar o uso do sorgo na fabricação de etanol e fomentar a cultura no Brasil. Segundo Flávio Peruzzo, vice-presidente de Negócios e Originação, a meta é processar metade da produção com milho e metade com sorgo, cereal que exige menos água.
A empresa aposta que, em regiões ou safras com menor janela de plantio para o milho, a rotação soja-sorgo pode viabilizar uma segunda safra. “O objetivo não é substituir o milho, mas abrir espaço para o sorgo em áreas que nunca produziram na segunda safra”, afirma Peruzzo.
Assim como em outras unidades, a Inpasa comprará a matéria-prima de produtores locais. Para incentivar o sorgo, oferecerá contratos futuros aos agricultores da região. Na unidade baiana de Luís Eduardo Magalhães, prevista para abril de 2026, já há compras de sorgo agendadas para entrega a partir de junho de 2026.
No Brasil, apenas as duas plantas do Mato Grosso — estado que processa 6,5 milhões de toneladas de milho por ano — ainda não utilizam sorgo. No Paraguai, o cereal já faz parte da produção.
O processamento industrial de sorgo é semelhante ao do milho, mas com insumos mais caros e menor rentabilidade. A principal diferença é que o sorgo não gera óleo, embora sua tonelada custe menos. A produção de DDGS (coproduto usado na ração animal) é praticamente igual à do milho, e toda a produção da unidade de Balsas será destinada ao mercado interno.
Atualmente, óleo de milho e DDGS representam cerca de 25% do faturamento da Inpasa, que encerrou 2024 com R$ 14,8 bilhões e projeta chegar a R$ 24 bilhões em 2025 com a nova planta e expansões em outras unidades.
A planta de Balsas recebeu investimento de R$ 2,5 bilhões, incluindo um financiamento inédito de R$ 600 milhões do Banco do Nordeste. A segunda e última fase será inaugurada em setembro, apenas 16 meses após o início da construção.
Com capacidade para processar 2 milhões de toneladas de milho e sorgo por ano, a unidade produzirá cerca de 925 milhões de litros de etanol, 490 mil toneladas de DDGS e 47 mil toneladas de óleo vegetal.
Somadas, as cinco unidades brasileiras da Inpasa têm capacidade instalada para produzir 5,8 bilhões de litros de etanol por ano, 3 milhões de toneladas de DDGS, 245 mil toneladas de óleo vegetal e mais de 1.500 GWh de energia elétrica renovável.
Fonte: Portal do Agronegócio
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