Publicado em: 09/05/2025 às 10:30hs
A proposta, liderada pelo Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool da Paraíba (Sindalcool-PB), tem como principal objetivo eliminar gargalos logísticos e reduzir o preço final ao consumidor. Embora uma legislação federal já permita essa prática, o estado ainda não oficializou a medida, o que gera apreensão entre os produtores.
O Sindalcool-PB, entidade que representa as usinas produtoras de etanol na Paraíba, tem reiterado ao Governo do Estado a importância de regulamentar a venda direta do produto aos postos. Segundo o presidente executivo do sindicato, Edmundo Barbosa, a mudança tornaria o processo de comercialização mais eficiente e sustentável.
“Desejamos praticar a venda direta aos postos e esperamos que o Governo do Estado compreenda a angústia que os produtores estão vivendo”, afirmou Barbosa.
“Hoje, o etanol muitas vezes sai de Mamanguape, vai até Cabedelo, e depois retorna para ser vendido em postos da mesma cidade. Há ineficiência econômica e aumento desnecessário das emissões com esse transporte de ida e volta”, completou.
Apesar de a Lei Federal nº 14.292/2022 autorizar a venda direta de etanol em todo o país, a Paraíba ainda não regulamentou a prática. O pleito está sob análise do governo estadual desde 2023, sem previsão de decisão.
A venda direta de etanol já é uma realidade em estados vizinhos como Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte, conforme destaca o Sindalcool-PB. Nesses locais, a prática foi autorizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), reforçando a viabilidade técnica e econômica da proposta.
“Tudo o que queremos é que os mesmos benefícios concedidos às distribuidoras também sejam garantidos aos postos e às usinas”, frisou Edmundo Barbosa.
A safra de cana-de-açúcar 2024/2025 na Paraíba foi encerrada em março com resultados expressivos. Na segunda quinzena do mês, as usinas associadas ao Sindalcool-PB produziram 339.846 litros de etanol (anidro e hidratado), segundo dados da entidade.
Esse desempenho acompanha uma mudança de comportamento entre os consumidores. Entre 2023 e 2024, o consumo de etanol hidratado — utilizado diretamente nos veículos — aumentou 50% no estado. O crescimento nos últimos quatro anos é ainda mais significativo: as vendas passaram de 124 milhões de litros em 2021 para 189,6 milhões em 2024, o que representa uma alta de 47%.
Além dos benefícios econômicos, o uso crescente do etanol na Paraíba tem impacto direto sobre o meio ambiente. Apenas em 2024, o consumo de etanol hidratado evitou a emissão de 489 mil toneladas de CO₂ na atmosfera. No acumulado de 2021 a 2024, a redução chega a 665,4 mil toneladas.
Os dados destacam a importância do etanol no processo de descarbonização da matriz energética, aliando os ganhos da agroindústria à sustentabilidade ambiental.
Fonte: Portal do Agronegócio
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