Publicado em: 23/06/2025 às 11:35hs
As usinas de etanol de milho enfrentaram dificuldades no início de 2024, pressionadas pela disparada nos preços do milho provocada por incertezas climáticas e aumento da demanda interna. Até abril, a rentabilidade do setor esteve comprometida, com margens negativas e geração de caixa em retração.
O cenário, no entanto, começa a se transformar. Com a aproximação da colheita da segunda safra e expectativas de produção mais robusta, os preços do milho vêm registrando queda acentuada. Em Sorriso (MT), a saca recuou 37% em um mês, sendo cotada a R$ 41.
A DATAGRO projeta que a produção nacional de milho cresça de 122,05 milhões de toneladas em 2023/24 para 132,68 milhões em 2024/25. Essa maior oferta tende a equilibrar o mercado interno, mesmo com estoques finais mais apertados, favorecendo uma acomodação nos preços ao longo dos próximos meses.
Com a redução no custo do milho e a manutenção de preços firmes do etanol e do DDGS, a indústria de etanol de milho voltou a operar com rentabilidade. Segundo estimativas da DATAGRO, a margem atual é de aproximadamente 19%, após três meses consecutivos de prejuízo no setor.
A tendência é que esse desempenho positivo se estenda até o fim da safra 2025/26, sustentando o otimismo no setor.
A possível elevação da mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina, de 27% para 30%, somada à resiliência nas vendas de etanol hidratado nos postos, contribui para a sustentação dos preços do biocombustível.
A consultoria estima que o preço médio do etanol hidratado em Paulínia (SP), principal polo de distribuição, fique cerca de 5% acima da média observada em 2024/25.
O DDGS (grão seco de destilaria), coproduto da produção de etanol utilizado na alimentação animal, também tem se valorizado. Em Mato Grosso, os preços subiram de R$ 1.150 para R$ 1.300 por tonelada nas últimas semanas, impulsionados pela forte demanda interna e aumento das exportações.
Esse movimento ocorre em contraste com a queda do milho, ampliando as margens da produção de etanol de milho.
A projeção da DATAGRO aponta que, ao longo da safra 2025/26, as margens médias da indústria poderão variar entre 19% e 34,7%, resultado bem superior à média de 9,8% registrada na temporada anterior.
Com esse cenário favorável, o setor deve manter o ritmo de investimentos em novas unidades industriais. De acordo com mapeamento da consultoria, a produção brasileira de etanol de milho pode saltar de 8,2 bilhões de litros em 2024/25 para 18,4 bilhões de litros até a safra 2033/34.
Fonte: Portal do Agronegócio
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