Publicado em: 16/07/2024 às 08:30hs
A FS Fueling Sustainability, pioneira na produção de etanol de milho no Brasil e de capital brasileiro e americano, deu um importante passo no comércio internacional de grãos secos de destilaria (DDG). Este ano, a empresa já exportou três pequenos lotes para a Indonésia.
O DDG, coproduto da fabricação de etanol a partir do milho, é amplamente utilizado na ração animal. Brian Mike, gerente de vendas de produtos de nutrição animal da FS, explicou que, apesar da comercialização do DDG já ocorrer no Brasil, a exportação foi adiada até que a produção atingisse uma escala suficiente para atender aos clientes estrangeiros. A empresa planeja exportar de 10% a 12% da produção anual, atualmente em 1,8 milhão de toneladas.
Desde 2021, o Brasil exporta DDG, conforme dados da União Nacional do Etanol de Milho (Unem). Até 2023, esses embarques eram feitos exclusivamente pela Inpasa, que possui três usinas. A FS, por sua vez, conta com três unidades em Mato Grosso, localizadas em Lucas do Rio Verde, Sorriso e Primavera do Leste, com capacidade total de moer 5,1 milhões de toneladas de milho por ano. Em 2022/23, a empresa registrou uma receita de R$ 7,6 bilhões e planeja construir mais três plantas em Querência, Campos Novos e Nova Mutum, visando dobrar a produção de etanol até 2026, alcançando 5 bilhões de litros e 4 milhões de toneladas de DDG.
A FS investiu em tecnologia para desenvolver um DDG premium destinado à exportação, conhecido como HPDDG (DDG com alta proteína), que possui 53,7% de Profat (proteína bruta combinada com gordura). Victor Trenti, gerente-executivo de nutrição animal, destacou que o HPDDG proporciona uma redução de custos de 15% em relação ao farelo de soja, atendendo tanto à demanda brasileira quanto ao mercado internacional.
A FS utiliza a tecnologia americana da ICM para separar as fibras e produzir três diferentes produtos de nutrição animal: HPDDG, FS Ouro (farelo de milho seco com solúveis) e FS úmido (farelo de milho úmido com solúveis). Os produtos são vendidos a criadores de bovinos, suínos, aves, tilápias e pets. A unidade de aves e suínos da BRF em Lucas do Rio Verde é um grande cliente da FS, utilizando DDG na alimentação de seus animais há seis anos.
A FS está desenvolvendo dois novos projetos para aumentar a sustentabilidade de sua produção de biocombustível. Um deles é o Beccs (Bioenergy with Carbon Capture and Storage), que visa injetar o gás carbônico resultante do processo de produção em poços com até 2 km de profundidade, tornando a FS a maior produtora de etanol líquido do mundo com pegada de carbono negativa. O outro projeto envolve o uso de bambu como biomassa.
O Beccs está em andamento há 18 meses na unidade de Lucas do Rio Verde, com o objetivo de injetar no solo 423 mil toneladas de CO² por ano, totalizando 12 milhões de toneladas de carbono estocadas no subsolo. Segundo Dirceu Turco, gerente industrial da planta, essa tecnologia alinha-se à estratégia de sustentabilidade da empresa e à transição energética.
Além disso, a FS está testando o plantio de bambu como biomassa em Nova Mutum (MT), onde já possui 5 mil hectares de bambu e planeja expandir para 20 mil hectares. O bambu oferece vantagens competitivas em relação ao eucalipto, como menor custo e maior resistência à seca. A empresa está avaliando uma máquina automotriz alemã para a colheita de bambu, que pode reduzir significativamente os custos de produção.
A FS é resultado de uma joint venture entre a americana Summit Agricultural Group e a Tapajós Participações, do empresário Marino Franz, de Lucas do Rio Verde. A empresa continua a investir em inovação e sustentabilidade, mantendo-se na vanguarda da produção de etanol de milho no Brasil.
Fonte: Portal do Agronegócio
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