Publicado em: 03/10/2013 às 10:40hs
As discussões sobre a produção de etanol a partir do milho ganharam força em Mato Grosso diante do cenário de super oferta do grão. Espera-se que em junho de 2014, o estoque final não vendido no estado seja de 4 milhões de toneladas e que o volume estocado para o mesmo período chegue a 6,3 milhões de toneladas, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA).
Na mesma face do etanol de milho, para tornar a produção viável, outros subprodutos provenientes do grão são elencados como possíveis estruturadores da cadeia produtiva, entre eles estão o DDG, sigla em inglês para grãos secos por destilação, usada na alimentação animal, o óleo e o xarope de milho. Os subprodutos tornariam possível a formação de uma matriz mais complexa e menos vulnerável às oscilações de mercado e riscos de investimento.
Segundo o estudo de viabilidade do Imea, uma usina que utilizasse 500 toneladas de milho ao dia, poderia produzir 155 toneladas de DDG. “Nessa relação, o DDG não deveria ser considerado subproduto, mas sim um produto, e merece atenção e foco na implantação das usinas”, afirma Otávio Celidonio, superintendente do Imea.
O DDG pode chegar a 32% de conteúdo proteico, tem boa quantidade de fibras, e com os atuais preços baixos do grão, a alternativa se fortificaria. Segundo Ricardo Giannini, da Céleres, um ótimo caminho para Mato Grosso seria criar uma matriz de transformação de proteína vegetal em proteína animal, por meio do uso do DDG na alimentação das cadeias de bovinos, suínos, aves e outros.
Outra observação importante, segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Carlos Fávaro, para que a opção seja proveitosa para produtor e empresas, a comercialização deveria levar em conta o ponto de proteína dos grãos e, consequentemente, do DDG resultante. “As argumentações sobre essa matriz deveriam passar pelo ponto de proteína dos grãos, pois isso tornaria mais viável para o produtor.”.
Fonte: Aprosoja
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