O Brasil avança em sua política de incentivo aos biocombustíveis com um novo projeto de lei, que aguarda sanção presidencial. A proposta visa impulsionar a produção e o uso de combustíveis renováveis no país, consolidando-os como uma alternativa de destaque frente aos veículos elétricos, ao menos no curto prazo. De acordo com Marcelo Bragança, vice-presidente de Operações da Vibra Energia, a infraestrutura já existente para os biocombustíveis, compatível com a dos combustíveis fósseis, coloca o Brasil em uma posição estratégica no cenário global. "O Brasil tem todo o potencial para se transformar em um grande polo de produção de biocombustíveis avançados", destacou Bragança.

O executivo também apontou que a expansão dos veículos elétricos ainda enfrenta desafios, principalmente devido à escassa rede de pontos de carregamento no país. Ele frisou que a ampla disponibilidade de postos de combustíveis tradicionais em todo o território nacional faz com que os biocombustíveis líquidos, sobretudo aqueles com maior teor de renovabilidade, permaneçam como a principal opção nos próximos anos. Apesar disso, a Vibra Energia já está investindo em infraestrutura para recarga elétrica, com planos de instalar carregadores rápidos ao longo de 9 mil quilômetros de rodovias, possibilitando a recarga completa de veículos em apenas 15 minutos.

Expansão nas misturas de etanol e biodiesel

O projeto de lei também estabelece um aumento na mistura de etanol na gasolina para 35% e de biodiesel no diesel para 25%, condicionados à realização de estudos técnicos sobre sua viabilidade. A expectativa é que a demanda por combustíveis no Brasil cresça substancialmente até 2030, com os biocombustíveis assumindo protagonismo nesse cenário, enquanto os combustíveis fósseis devem registrar um crescimento mais moderado.

Com essa iniciativa, o Brasil reforça sua aposta nos biocombustíveis, consolidando-os como uma solução sustentável e viável para o futuro, mesmo diante dos desafios impostos pela eletrificação no setor de transportes.