Publicado em: 19/09/2025 às 10:35hs
O RenovaBio passa por um momento de mudança, mas mantém fundamentos sólidos para crescimento, segundo Luiz Gustavo Junqueira, diretor comercial da Alta Mogiana. A declaração foi feita durante o painel “RenovaBio em ponto de inflexão: como maximizar valor e mitigar riscos” na Conferência NovaCana 2025, realizada nos dias 15 e 16 de setembro, em São Paulo.
Junqueira reforçou o apoio ao programa, destacando que sua maturação depende de mais segurança jurídica, transparência e isonomia competitiva entre os elos da cadeia de bioenergia.
“O objetivo do RenovaBio é descarbonizar a matriz energética brasileira com menor custo e volatilidade possíveis. Por essa ótica, estamos entregando valor à sociedade”, afirmou.
O executivo destacou que o etanol de milho, cuja produção cresce acima de 25% ao ano, reduz a dependência do preço do açúcar e normaliza a curva safra/entressafra, trazendo maior previsibilidade ao mercado.
“O produtor precisa acordar para a revolução do etanol de milho”, declarou Junqueira, ressaltando que a inovação permite queda estrutural de custos e menor volatilidade para toda a cadeia.
Em relação à estratégia das usinas de cana para o ciclo 2025–2035, Junqueira afirmou:
“Não contem conosco para aumentar a produção de etanol nos próximos 10 anos; não há margem. Açúcar e cogeração de energia são o foco.”
O etanol de cana segue relevante, mas perde protagonismo frente à competitividade do milho.
O principal desafio identificado é a judicialização do programa e a adesão parcial de alguns agentes às metas de CBIO. Junqueira alerta que a desigualdade no cumprimento compromete a credibilidade do RenovaBio:
“Não é razoável que parte da distribuição cumpra obrigações enquanto outra recorre a liminares; isso mina a confiança no programa.”
O executivo elogiou regras mais rígidas do Ministério de Minas e Energia (MME) e criticou incentivos fiscais permanentes em alguns estados, defendendo competição justa.
Desde o lançamento, Junqueira aponta três avanços importantes:
A Alta Mogiana projeta produção e consumo de gasolina relativamente estáveis, com o market share do etanol crescendo no ciclo Otto, alinhado à filosofia do RenovaBio. A produção contratada de etanol de milho deve garantir metas e reduzir a volatilidade de preços.
Junqueira avaliou como positiva a eventual volta da Petrobras como player na produção de etanol e SAF, aumentando escala e robustez do programa.
“Defendemos o RenovaBio. O programa evoluiu desde seu lançamento e seguirá mais forte à medida que a segurança jurídica e a adesão plena às metas avançarem. O foco é descarbonizar com menor custo e volatilidade — e é isso que a expansão do etanol de milho está viabilizando”, concluiu.
Fonte: Portal do Agronegócio
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