Publicado em: 15/08/2025 às 10:10hs
O biodiesel avança como peça estratégica na transição energética do Brasil, unindo ganhos ambientais, sociais e econômicos. O tema foi debatido nesta quarta-feira (13) durante o painel "O papel do biodiesel na transição energética", realizado na FenaBio, segundo dia da 31ª Fenasucro & Agrocana, em Sertãozinho (SP).
O encontro foi mediado por Lucilio Alves, pesquisador e professor do CEPEA-ESALQ/USP, e reuniu nomes de peso do setor: André Nassar (Abiove), Júlio César Minelli (Aprobio), Paulo Sousa (Cargill) e Sergio Beltrão (Ubrabio).
Para Paulo Sousa, presidente da Cargill no Brasil, os biocombustíveis têm papel central no desenvolvimento nacional.
"Eles geram valor, ampliam safras, criam empregos e estimulam inovação. Não são o destino final, mas uma ponte para um futuro mais sustentável", afirmou.
O executivo reforçou que a empresa investe em pesquisa e transparência da cadeia produtiva, enxergando no biodiesel um campo sólido para o avanço econômico e tecnológico.
André Nassar, presidente da Abiove, ressaltou que o biodiesel contribui para verticalizar a produção de oleaginosas, especialmente nas regiões produtoras de soja. A integração entre energia renovável e proteína animal estimula a industrialização e gera novas oportunidades para o agronegócio.
Atualmente, o diesel brasileiro contém 15% de biodiesel, percentual que substitui cerca de 15 bilhões de litros de diesel importado por ano.
Sergio Beltrão, diretor executivo da Ubrabio, destacou que a mistura melhora a balança comercial e ainda reduz impactos ambientais e de saúde pública, pois o biodiesel não contém enxofre nem hidrocarbonetos cancerígenos, diminuindo riscos especialmente em áreas urbanas.
Para Júlio César Minelli, da Aprobio, o setor está pronto para crescer:
"É mais barato, não exige adaptações tecnológicas, tem logística consolidada e ainda contribui para a segurança alimentar, aproveitando subprodutos da cadeia de alimentos", explicou.
A Fenasucro & Agrocana 2025 segue até sexta-feira (15), oferecendo mais de 100 horas de conteúdo técnico sobre transição energética, mobilidade de baixo carbono, biocombustíveis e energias renováveis.
Com mais de 30 anos de história, o evento é considerado o maior do mundo dedicado à bioenergia, reunindo fabricantes, fornecedores e compradores do setor. A feira é promovida pela RX Brasil, com apoio do CEISE Br.
Fonte: Portal do Agronegócio
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