Publicado em: 09/01/2025 às 10:30hs
O mercado financeiro vive um dia de volatilidade nesta quinta-feira (9). O dólar oscila entre altas e baixas, com um volume reduzido de negociações devido ao fechamento das bolsas nos Estados Unidos em virtude do funeral do ex-presidente Jimmy Carter. Além disso, persistem as preocupações com a proposta de Donald Trump de impor novas tarifas sobre produtos importados, o que pode afetar a economia global e a política monetária norte-americana.
As recentes declarações de Trump incluem a possibilidade de tarifas de até 10% sobre importações globais e 60% sobre produtos chineses, além de 25% para produtos canadenses e mexicanos. A justificativa seria uma emergência econômica nacional, permitindo medidas mais severas com base na Lei de Poderes de Emergência Econômica Internacional.
O mercado reage negativamente à perspectiva de inflação mais elevada nos EUA, o que poderia forçar o Federal Reserve (Fed) a aumentar novamente as taxas de juros, reduzindo o apetite por investimentos de maior risco e fortalecendo o dólar.
No cenário norte-americano, o setor privado criou 122 mil vagas em dezembro, abaixo das expectativas de 140 mil. Esses dados antecedem o aguardado relatório "payroll", previsto para sexta-feira (10), que pode influenciar a política de juros do Fed. Desde 2024, os EUA vêm reduzindo as taxas de juros, mas a continuidade desse movimento depende da desaceleração da inflação, que ainda está em 2,7%, acima da meta de 2%.
No Brasil, os investidores analisam a Pesquisa Mensal do Comércio, que revelou uma queda de 0,4% nas vendas do varejo em novembro de 2024, apesar das promoções da Black Friday. Ainda assim, o setor acumula alta de 5,0% no ano e 4,6% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE. A produção industrial também recuou 0,6% no mês, mas avançou 1,7% em relação a novembro de 2023.
No campo fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o déficit primário do Brasil será de 0,1% do PIB em 2024, menor que a previsão inicial de 0,8%. Ele destacou que o impacto da tragédia no Rio Grande do Sul, que consumiu 0,27% do PIB, foi absorvido sem comprometer o equilíbrio das contas públicas.
Os próximos dias prometem ser decisivos para os mercados, com a divulgação de dados econômicos e avanços nas propostas fiscais no Brasil, além de possíveis novidades sobre as políticas comerciais de Trump.
Fonte: Portal do Agronegócio
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