Publicado em: 01/10/2024 às 11:20hs
No primeiro pregão de outubro, o dólar apresentou volatilidade, oscilando entre altas e baixas, refletindo a expectativa do mercado em torno dos novos dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos. Esses números são cruciais para indicar possíveis ajustes na política de juros do Federal Reserve (Fed). Na segunda-feira, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,19%, cotada a R$ 5,4469. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou o dia em queda de 0,69%, alcançando 131.816 pontos.
Nesta terça-feira (1), o dólar voltou a operar com variações, em um cenário de atenção ao relatório JOLTS, que monitora o mercado de trabalho dos EUA. Esse relatório, publicado pelo Departamento do Trabalho norte-americano, é um dos indicadores seguidos de perto pelo Fed, que busca sinais sobre o futuro das taxas de juros no país, atualmente situadas entre 4,75% e 5,00% ao ano. A expectativa é de que o JOLTS mostre uma leve desaceleração no número de vagas abertas em agosto.
Até o final deste ano, o Fed, presidido por Jerome Powell, prevê mais dois cortes de 0,25 ponto percentual nas reuniões restantes, condicionando essa decisão aos dados econômicos, especialmente relacionados à inflação e ao mercado de trabalho. Em setembro, a inflação anual nos EUA ficou em 2,5%, próxima à meta de 2% do Fed, mas um mercado de trabalho aquecido pode complicar os planos da instituição de baixar os juros.
Às 10h40 desta terça-feira, o dólar registrava alta de 0,32%, cotado a R$ 5,4645. No pregão anterior, subiu 0,19%, encerrando a R$ 5,4469. Com isso, a moeda acumulou uma alta de 0,19% na semana, uma queda de 3,30% no mês e um avanço de 12,25% no ano.
O Ibovespa, por sua vez, subia 0,36%, atingindo 132.287 pontos no mesmo horário. Na segunda-feira, o índice havia recuado 0,69%, para 131.816 pontos. Assim, o índice acumulou uma perda de 0,69% na semana, uma queda de 3,08% no mês e um recuo de 1,77% no ano.
O foco dos investidores nesta terça-feira está no relatório JOLTS, que deve apresentar uma desaceleração leve na abertura de novas vagas em agosto. Caso o mercado de trabalho mostre sinais de aquecimento, isso poderá influenciar a política monetária do Fed, já que mais empregos significam maior poder de compra e, consequentemente, pressão inflacionária.
A atenção do mercado financeiro global se volta também para o relatório payroll, a ser divulgado na sexta-feira, que deverá confirmar uma taxa de desemprego de 4,2% em setembro, com a criação de 144 mil empregos não-agrícolas. Esse é o dado mais aguardado da semana, sendo determinante para os próximos passos do Fed.
No Brasil, a agenda econômica desta terça é menos movimentada, com destaque para a divulgação da lista de apostas liberadas pelo Ministério da Fazenda. Em termos de cenário fiscal, o Banco Central divulgou, na segunda-feira, dados que mostram um déficit primário de R$ 21,4 bilhões nas contas públicas em agosto, em linha com as expectativas do mercado. O déficit primário reflete a diferença entre as receitas e as despesas, excluindo os juros da dívida pública.
Apesar do aumento em relação ao mês anterior, o resultado de agosto representa uma melhora em comparação com o mesmo período do ano passado, quando o déficit foi de R$ 22,8 bilhões. No acumulado de 2024, o déficit chegou a R$ 86,2 bilhões, equivalente a 1,14% do PIB. A meta fiscal para o ano, definida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de um déficit de até R$ 13,31 bilhões.
Ainda no cenário interno, o Banco Central também divulgou o Boletim Focus, revelando que os economistas do mercado financeiro preveem dois aumentos de 0,50 ponto percentual na taxa Selic até o fim do ano. Com isso, a taxa básica de juros poderá atingir 11,75% ao ano até dezembro de 2024, caso as projeções se confirmem.
Fonte: Portal do Agronegócio
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