Publicado em: 21/12/2021 às 09:20hs
Há os dois lados da moeda: se a alta do dólar beneficia o agronegócio na exportação, do outro prejudica com o aumento dos custos operacionais. Existem os contratos de compra de equipamentos, os empréstimos atrelados à moeda norte-americana. O que fazer para sobreviver neste contexto econômico? “É importante ao produtor rural um planejamento a curto, médio e longo prazo, de forma a evitar surpresas desagradáveis no futuro, principalmente diante de um cenário tão incerto como o vivido atualmente”, diz a advogada Isabela Rebello Santoro Heringer, do escritório Lima Netto Carvalho Abreu Mayrink.
Ela explica que, no caso dos contratos já firmados pelos agricultores, a sugestão é tentar negociar com os prestadores de serviços e instituições bancárias. “É necessário buscar eventuais melhorias nas condições comerciais originalmente ajustadas, sendo que um profissional capacitado poderá auxiliar e muito o produtor nessas transações e na sua formalização”, afirma.
De acordo com a advogada, os contratos, geralmente, podem ser revistos em caso de onerosidade excessiva. Mas, esclarece, que eles têm que ser analisados, um por um, para verificar se existe alguma irregularidade nas condições em que as obrigações foram formalizadas que possa embasar eventual pedido de revisão, “principalmente porque os riscos inerentes à atividade agrícola são geralmente imprevisíveis e os contratos fixados em dólar devem observar disposições legais específicas”.
Isabela Santoro diz que o produtor rural precisa ficar atento às variações cambiais (alta do dólar e desvalorização do real). “Ele deve fazer um planejamento e uma gestão mais assertiva na compra de insumos e maquinários diante da ausência de previsibilidade destas mudanças, o que garantirá um maior sucesso da atividade agrícola, um dos poucos segmentos que podem se beneficiar e muito da atual conjuntura econômica mundial.”
É importante, segundo a advogada, que o empresário do agronegócio acompanhe de perto as variações cambiais, e saiba o exato momento para negociar e colocar a sua produção à disposição do mercado internacional, já que alguns produtos terão altos valores para exportação, e baixo retorno financeiro se mantidos apenas no mercado interno. “A alta do dólar propicia mercado fértil para a exportação, notadamente produtos como o café, a soja e a carne, gerando maior lucro ao permitir que com o câmbio as vendas sejam mais atrativas, mesmo se os preços de comercialização acabem sendo menores em razão da alta concorrência e competitividade.”
Fonte: MOMBAK COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA
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