Publicado em: 06/11/2024 às 10:35hs
Os mercados de ações chineses registraram queda nesta quarta-feira, em meio à perspectiva de uma possível reeleição de Donald Trump e o controle republicano do Congresso dos Estados Unidos, o que poderia intensificar tensões no comércio e na tecnologia entre os dois países.
No momento do fechamento dos mercados chineses, Trump já havia declarado vitória sobre a democrata Kamala Harris na disputa acirrada pela presidência dos EUA. O índice de Xangai registrou queda de 0,09%, enquanto o índice CSI300, que reúne as principais empresas listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,5%. O índice Hang Seng, de Hong Kong — considerado um termômetro para o sentimento dos investidores estrangeiros — caiu 2,23%, enquanto o Hang Seng China Enterprises teve uma retração de 2,6%.
As ações de empresas de tecnologia chinesas listadas em Hong Kong também sofreram perdas significativas. A gigante de e-commerce JD.com e a Alibaba, por exemplo, caíram cerca de 4% cada uma.
Especialistas avaliam que o resultado das eleições presidenciais nos EUA poderá ter um impacto substancial sobre a economia e os mercados de capitais da China. Trump, em seu discurso para fortalecer a produção interna dos EUA, prometeu adotar tarifas de 60% ou mais sobre produtos chineses, o que preocupa o mercado.
“No momento, os mercados estão focados principalmente na perspectiva de tarifas, pois essa é uma medida que pode ser implementada rapidamente por um decreto presidencial. Porém, entre 2016 e 2020, vimos outras estratégias sendo acionadas para conter a China”, afirmou Rong Ren Goh, gerente de portfólio da Eastspring Investments. “Essas estratégias podem incluir sanções financeiras a entidades chinesas, restrições ao acesso chinês a tecnologias essenciais para o desenvolvimento de inteligência artificial, entre outras.”
Diante desse cenário, Goh acredita que investidores estrangeiros devem adotar uma postura defensiva em relação a ativos chineses e possivelmente proteger seu risco cambial, à espera dos próximos passos na política dos Estados Unidos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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