Mercado Financeiro

Mercados Antecipam Novas Baixas para o Dólar com a Divulgação dos Dados de Inflação dos EUA

Mercados aguardam com expectativa os próximos indicadores econômicos enquanto o dólar enfrenta quedas frente ao real


Publicado em: 12/08/2024 às 11:25hs

Mercados Antecipam Novas Baixas para o Dólar com a Divulgação dos Dados de Inflação dos EUA

Nesta segunda-feira, o dólar apresentou uma leve queda frente ao real, ampliando suas perdas recentes, enquanto investidores ajustam suas posições antes da divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos.

Às 9h36, o dólar à vista registrava uma queda de 0,2%, cotado a 5,5043 reais na venda. Na B3, o contrato futuro de dólar com vencimento mais próximo tinha uma queda de 0,24%, negociado a 5,509 reais na venda. Na sexta-feira, o dólar à vista havia fechado em queda de 1,05%, com a cotação a 5,5151 reais.

Nesta semana, a atenção dos mercados globais estará voltada para novos dados de inflação nos EUA. A divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de julho, marcada para quarta-feira, será particularmente observada em busca de indicações sobre a trajetória futura dos juros do Federal Reserve.

Economistas consultados pela Reuters projetam que o índice acelerará para uma alta de 0,2% na base mensal, em comparação com uma queda de 0,1% no mês anterior. Em termos anuais, a previsão é de uma alta de 3%, mantendo o mesmo valor registrado em junho.

Um dia antes, serão divulgados os números para os preços ao produtor dos EUA em julho, que poderão influenciar as negociações, embora com impacto menor do que os dados sobre a inflação ao consumidor.

Os agentes financeiros consideram quase certo um corte de juros pelo Fed em sua próxima reunião de setembro, mas há divisão quanto ao tamanho da redução, com apostas igualmente distribuídas entre um corte de 25 ou 50 pontos-base. No início da semana passada, um corte de 50 pontos-base parecia inevitável devido a crescentes temores de recessão nos EUA após dados de emprego fracos em julho. No entanto, a perspectiva tornou-se mais incerta com a divulgação de números econômicos mais favoráveis e declarações tranquilizadoras de autoridades do banco central norte-americano.

Quanto maior a redução dos juros pelo Fed, menor a atratividade do dólar, que se torna comparativamente menos interessante à medida que os rendimentos dos Treasuries caem, incentivando apetite por risco em mercados com juros mais altos, como o Brasil.

O iene japonês também tem atraído atenção, com suas recentes oscilações provocando ampla volatilidade nos mercados globais. O dólar registrava alta de 0,65% frente ao iene, cotado a 147,57.

Os preços das commodities, especialmente o petróleo, também têm potencial para movimentar os mercados, dada a perspectiva desfavorável para a economia chinesa e o aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio.

No cenário dos mercados emergentes, o desempenho do dólar foi misto, recuando frente ao rand sul-africano e ao peso chileno, enquanto se manteve estável frente ao peso mexicano e apresentou leve alta frente ao peso colombiano.

No Brasil, investidores estarão atentos aos eventos envolvendo autoridades do Banco Central, após a divulgação de dados acima do esperado para o IPCA em julho. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, participará da inauguração de um novo campus da Fundação Getulio Vargas (FGV) às 10h, em São Paulo. Mais tarde, o diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, palestrará em evento promovido pela Warren Rena às 14h30, também na capital paulista, com a presença do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O Banco Central divulgou seu último relatório Focus, mantendo a projeção para o valor do dólar em 5,30 reais ao final deste ano e do próximo. Os analistas também preveem que a Selic será mantida em 10,50% até o final de 2024. O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, registrava uma queda de 0,01%, cotado a 103,210.

Fonte: Portal do Agronegócio

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