Mercado Financeiro

Mercado reduz previsão de inflação para 2025 e mantém Selic em 15% ao ano, aponta Banco Central

Inflação de 2025 recua para 4,46%, dentro da meta definida pelo BC


Publicado em: 17/11/2025 às 11:15hs

Mercado reduz previsão de inflação para 2025 e mantém Selic em 15% ao ano, aponta Banco Central

O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central (BC), mostrou nova redução nas projeções de inflação para 2025. Segundo o levantamento semanal, realizado com mais de 100 instituições financeiras, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,55% para 4,46%, ficando abaixo do teto da meta de 4,5% estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Com o sistema de metas contínuas, em vigor desde 2025, o objetivo é manter a inflação em 3% ao ano, sendo considerada dentro da meta se variar entre 1,5% e 4,5%. Essa é a primeira vez desde dezembro de 2024 que a expectativa do mercado fica dentro da faixa de tolerância.

O resultado reflete a surpresa positiva do IPCA de outubro, que registrou alta de apenas 0,09%, a menor variação para o mês em 27 anos, influenciada pela queda de 2,39% na energia elétrica residencial, após a redução da bandeira tarifária de vermelha patamar 2 para patamar 1.

Projeções para 2026 e demais indicadores de preços

Para 2026, o mercado manteve a previsão de inflação medida pelo IPCA em 4,20%, ainda acima do centro da meta. Já a estimativa para os preços administrados – como energia, combustíveis e tarifas públicas – passou de 4,97% para 5,06% em 2025.

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) também teve leve revisão, caindo de -0,22% para -0,32% neste ano e de 4,08% para 4,02% em 2026.

PIB segue estável e juros permanecem em patamar elevado

As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 continuam em 2,16%, sinalizando expectativa de crescimento moderado da economia brasileira. Para 2026, a projeção também foi mantida, em 1,78%.

O Banco Central estima expansão de 2% no PIB em 2025, conforme o Relatório de Política Monetária mais recente, divulgado em setembro.

A taxa Selic foi mantida em 15% ao ano nas projeções para o fim de 2025, mesmo patamar atual, indicando que o mercado não espera cortes de juros no curto prazo. Para 2026, a expectativa continua em 12,25% ao ano.

Dólar e contas externas

A estimativa para a taxa de câmbio no encerramento de 2025 foi ajustada de R$ 5,41 para R$ 5,40 por dólar, enquanto a previsão para 2026 segue em R$ 5,50.

O mercado manteve ainda a projeção de superávit comercial em US$ 62 bilhões para 2025 e US$ 66 bilhões em 2026. Já os investimentos estrangeiros diretos devem atingir US$ 70 bilhões nos dois anos.

Fatores que contribuíram para a melhora das expectativas

A redução nas projeções de inflação é atribuída a fatores combinados, como a manutenção da Selic em patamar elevado, que ajuda a conter o consumo e a demanda interna, e a melhora nas contas públicas no acumulado do ano.

O Banco Central destaca que as decisões de política monetária demoram entre seis e dezoito meses para surtir efeito completo na economia. Assim, a convergência das expectativas inflacionárias reflete decisões anteriores do Comitê de Política Monetária (Copom).

Com a chegada de Gabriel Galípolo à presidência do BC em 2025, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a formação de uma nova diretoria majoritariamente composta por nomes do atual governo, o mercado observa continuidade na condução técnica da política monetária, mas com atenção à evolução fiscal.

Impactos para o agronegócio e planejamento financeiro

Para o setor do agronegócio, a inflação mais controlada tende a reduzir pressões sobre custos de insumos e transporte, mas os juros altos continuam encarecendo o crédito rural e os investimentos produtivos.

Produtores e cooperativas devem manter atenção aos contratos indexados a indicadores de preços, como o IGP-M, e avaliar o impacto das oscilações cambiais sobre exportações e importações de insumos agrícolas.

Fonte: Portal do Agronegócio

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