Publicado em: 04/07/2025 às 11:00hs
O dólar iniciou esta sexta-feira (4) em alta de 0,22%, cotado a R$ 5,4169 por volta das 9h05, refletindo o cenário internacional após a aprovação do pacote fiscal proposto por Donald Trump. As negociações do Ibovespa, por sua vez, começam às 10h.
Na véspera, a Bolsa fechou em alta de 1,35%, aos 140.928 pontos — novo recorde —, enquanto o dólar caiu 0,29%, cotado a R$ 5,4049, menor valor desde 11 de junho (R$ 5,3605).
O mercado repercute a aprovação, pelo Congresso norte-americano, do ambicioso pacote orçamentário proposto por Donald Trump, batizado de One Big Beautiful Bill.
Entre os principais pontos do texto:
A proposta também prorroga cortes de impostos de 2017 e, segundo estimativas do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), pode adicionar cerca de US$ 3,3 trilhões à dívida pública dos EUA na próxima década.
Outro fator de atenção é o possível retorno do chamado tarifaço. O presidente Donald Trump afirmou que os EUA começarão a enviar nesta sexta-feira cartas aos países com as tarifas que serão cobradas sobre suas exportações.
O prazo de suspensão de 90 dias das tarifas termina em 9 de julho. Trump e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmaram que não haverá nova prorrogação.
Economistas alertam que a retomada das tarifas pode pressionar a inflação, aumentar os custos de produção e prolongar o ciclo de juros altos nos EUA.
Com o cenário inflacionário incerto, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, voltou a declarar que será necessário aguardar mais dados antes de cortar os juros, resistindo às pressões de Trump por reduções imediatas.
Apesar do cenário de tensão fiscal e comercial, os últimos dados do mercado de trabalho nos EUA surpreenderam:
Embora o ritmo de contratações esteja desacelerando, os empregadores ainda enfrentam dificuldades para preencher vagas — reflexo do cenário pós-pandemia.
O déficit comercial dos EUA aumentou 18,7% em maio, atingindo US$ 71,5 bilhões, com destaque para a redução nas exportações. Já o setor de serviços voltou a crescer, impulsionado pela demanda por encomendas industriais, principalmente de aeronaves.
No cenário doméstico, o foco está na derrubada do decreto que aumentava o IOF pelo Congresso. A equipe econômica alerta para uma perda de arrecadação de R$ 10 bilhões ainda em 2024.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defende a necessidade da medida para o equilíbrio fiscal em 2025 e 2026. Ele também propôs:
O governo pretende judicializar a decisão do Congresso, com o presidente Lula defendendo a ação no Supremo Tribunal Federal (STF), alegando violação da separação de poderes.
Com o pacote de Trump aprovado, a retomada do tarifaço no horizonte e incertezas fiscais no Brasil, o mercado segue em compasso de espera, avaliando os desdobramentos econômicos e políticos que devem influenciar os próximos movimentos de câmbio e juros.
Fonte: Portal do Agronegócio
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