Mercado Financeiro

Mercado do milho inicia semana com baixa liquidez no Brasil e volatilidade nas bolsas

Negociações seguem lentas no mercado físico


Publicado em: 16/09/2025 às 11:30hs

Mercado do milho inicia semana com baixa liquidez no Brasil e volatilidade nas bolsas
Foto: Tony Oliveira

O mercado de milho no Brasil começou a semana registrando baixa liquidez em diferentes estados. No Rio Grande do Sul, as indicações de compra variaram entre R$ 67,00 e R$ 70,00 por saca, dependendo da região, segundo a TF Agroeconômica. Para contratos futuros de setembro, os preços ficaram entre R$ 68,00 e R$ 70,00/saca, enquanto no porto a referência para fevereiro de 2026 permaneceu em R$ 69,00/saca.

Em Santa Catarina, o avanço da nova safra ocorre em condições climáticas favoráveis, mas o descompasso entre ofertas e pedidos limita os negócios. Em Campos Novos, produtores pedem R$ 80,00/saca, enquanto compradores oferecem até R$ 70,00. No Planalto Norte, a diferença também é significativa, com pedidas em R$ 75,00 contra ofertas de R$ 71,00.

Já no Paraná, a falta de consenso entre produtores e indústrias mantém o mercado praticamente travado. As pedidas giram em torno de R$ 73,00 a R$ 75,00/saca FOB, enquanto as propostas das indústrias permanecem abaixo de R$ 70,00 CIF.

No Mato Grosso do Sul, a comercialização avança lentamente, com cotações entre R$ 47,00 e R$ 53,00/saca. Dourados continua apresentando o melhor preço do estado, embora correções recentes, como em Sidrolândia, tenham pressionado os valores para baixo.

Futuros do milho têm sessões mistas na B3 e em Chicago

Na Bolsa Brasileira (B3), os contratos futuros do milho iniciaram a terça-feira (16) em queda. Por volta das 10h, o vencimento novembro/25 era cotado a R$ 67,01, queda de 0,52%, enquanto janeiro/26 registrava R$ 70,10 (-0,50%) e março/26 valia R$ 72,78 (-0,16%).

Já na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços futuros operaram em alta no mesmo período. O contrato dezembro/25 era negociado a US$ 4,27/bushel (+3,75 pontos), enquanto março/26 valia US$ 4,44 (+3,50 pontos). A valorização foi sustentada pela queda do dólar americano, que atingiu o nível mais baixo em mais de dois meses, e pelas expectativas de cortes nos juros do Federal Reserve.

Segundo análise da Farm Futures, traders seguem atentos aos resultados da colheita antecipada nos EUA e avaliam possíveis revisões para baixo nas projeções de produtividade do USDA, diante da seca registrada no Centro-Oeste norte-americano.

Milho encerra segunda-feira pressionado por realização de lucros

Na véspera, tanto a B3 quanto Chicago fecharam em queda. Em São Paulo, o contrato setembro/25 terminou a R$ 65,03 (-R$ 0,09), novembro/25 a R$ 67,36 (-R$ 0,84) e janeiro/26 a R$ 70,45 (-R$ 0,71). Nos EUA, o contrato dezembro/25 recuou 1,57%, a US$ 423,25/bushel, e o março/26 caiu 1,45%, a US$ 441,00/bushel.

Apesar da pressão externa, o mercado físico brasileiro segue com suporte da demanda aquecida e exportações firmes. Dados da Secex indicam que, até a segunda semana de setembro, o Brasil embarcou 3,05 milhões de toneladas de milho, o equivalente a 47,57% de todo o volume exportado no mesmo mês de 2024.

Conab eleva estimativa da safra 2024/25

No campo da produção, a Conab revisou para cima sua estimativa para a safra 2024/25, agora projetada em 139,69 milhões de toneladas – 2% a mais em relação ao mês anterior e 21% acima da temporada passada. Mesmo com esse aumento, o ritmo das exportações e a demanda interna robusta continuam sendo fatores decisivos para sustentar os preços no curto prazo.

Fonte: Portal do Agronegócio

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