Publicado em: 24/10/2025 às 11:00hs
O Rio Grande do Sul inicia a safra 2025/2026 com expectativa positiva, embora moderada, segundo dados da TF Agroeconômica. No início de outubro, os preços da soja em portos gaúchos foram cotados em R$ 140,00/sc para pagamento em 15/10, com entrega ainda no mês. No interior, referências em cidades como Cruz Alta, Passo Fundo, Santa Rosa e São Luiz ficaram em torno de R$ 131,00/sc, com liquidação prevista para 30/10.
Em Panambi, no entanto, o mercado físico registrou recuo mais acentuado, com preço de pedra de R$ 120,00/sc, demonstrando resistência local frente ao ritmo comprador.
Santa Catarina atua mais como centro logístico do que como grande produtor, mas sua posição continua estratégica para o escoamento da safra. Caso se confirmem volumes recordes no início de 2026, o sistema de transporte e armazenagem do estado pode enfrentar pressão sobre custos de frete e sobre o basis das praças mais distantes do porto. No porto de São Francisco do Sul, a saca de soja é cotada a R$ 138,27.
No Paraná, os preços FOB nos portos e no interior mostraram leve estabilidade. Em Paranaguá, a saca foi cotada a R$ 139,39, enquanto em Cascavel, Maringá e Ponta Grossa os valores ficaram entre R$ 127,55 e R$ 130,77, com pequenas variações negativas.
O Mato Grosso do Sul acelera o plantio, mas enfrenta déficit crítico de armazenagem, o que obriga os produtores a vender rapidamente, reduzindo o poder de barganha. Em Dourados, Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia, o preço spot se manteve em R$ 124,89/sc, com pequenas quedas.
O plantio em Mato Grosso segue em ritmo intenso. Entre os principais polos, os preços variam levemente: Campo Verde e Primavera do Leste a R$ 120,38/sc, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sorriso a R$ 118,74/sc, e Rondonópolis a R$ 120,38/sc. O estado ainda não divulgou percentuais oficiais de avanço do plantio.
Internacionalmente, os contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) abriram a sexta-feira (24) em campo negativo, com pequenas quedas por volta das 09h44 (horário de Brasília). O vencimento de janeiro/26 era cotado a US$ 10,60/bushel, o março/26 a US$ 10,74/bushel, maio/26 a US$ 10,86/bushel e julho/26 a US$ 10,97/bushel.
Segundo a Farm Futures, os recuos refletem uma realização de lucros após fortes ganhos no início da semana, impulsionados pelo mercado à vista e pela alta demanda por esmagamento. Analistas também destacam a expectativa de que uma futura reunião entre Donald Trump e Xi Jinping possa gerar um acordo comercial envolvendo compras de soja dos Estados Unidos.
Na quinta-feira, os contratos futuros da soja fecharam com alta para grão e óleo, enquanto o farelo teve cotações mistas. O mercado foi impulsionado pela disparada do petróleo em Nova York, que subiu quase 6% após sanções dos EUA contra empresas russas, e pelo otimismo quanto às negociações comerciais entre EUA e China, que devem se reunir na Coreia do Sul na próxima semana.
O Conselho Internacional de Grãos (CIG) revisou a produção global de grãos 2025/26 para 2,425 bilhões de toneladas, acima das 2,412 bilhões projetadas em setembro. Para a soja, a estimativa caiu levemente para 428 milhões de toneladas, frente às 429 milhões anteriores.
Os contratos de soja em grão para novembro de 2025 fecharam a US$ 10,44 3/4 por bushel, alta de 0,96%, e a posição janeiro/26 avançou 1,14%, a US$ 10,62/bushel. O farelo de soja em dezembro subiu 0,79%, a US$ 292,30/tonelada, enquanto o óleo caiu 1,59%, cotado a 50,87 centavos de dólar por libra-peso.
Fonte: Portal do Agronegócio
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