Publicado em: 05/11/2024 às 10:20hs
Na véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ocorre nesta terça e quarta-feira, o mercado financeiro projeta um novo aumento da taxa Selic, levando-a a 11,25% ao ano. A estimativa consta do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (4), e reflete as expectativas das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos do país. Além da previsão de alta para a Selic neste ano, analistas ajustaram as projeções para os próximos anos, refletindo uma inflação persistente e a necessidade de controle da demanda.
Na última reunião, em setembro, o Copom elevou a taxa de juros para 10,75% ao ano, marcando o primeiro aumento em mais de dois anos, em resposta à valorização do dólar e incertezas em torno da inflação. O ciclo anterior de altas terminou em agosto de 2022, quando a Selic alcançou 13,75% ao ano, seguida de uma série de cortes graduais até que, em maio deste ano, a taxa foi ajustada para o nível atual. Após a reunião desta semana, o Copom terá mais um encontro este ano, marcado para os dias 10 e 11 de dezembro, quando será decidido o patamar da Selic para 2024.
Para o próximo ano, a previsão do mercado é de uma Selic de 11,75% ao ano. Já para 2025, o prognóstico subiu de 11,25% para 11,5%. As estimativas para 2026 e 2027 indicam reduções na taxa, mas ainda elevadas em relação às projeções anteriores, situando-se em 9,75% e 9,25% ao ano, respectivamente.
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação, que segue pressionada e acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano subiu pela quinta semana consecutiva, passando de 4,55% para 4,59%, valor superior ao teto da meta de 4,5%. A meta de inflação fixada pelo CMN para 2023 é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para 2025, a expectativa de inflação também aumentou, passando de 4% para 4,03%, enquanto para 2026 e 2027, as projeções são de 3,61% e 3,5%, respectivamente. Em setembro, a inflação mensal foi de 0,44%, impulsionada principalmente pelo custo da energia elétrica residencial, após uma deflação de 0,02% registrada em agosto. Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 4,42%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A partir de 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua, em que o CMN não definirá mais metas anuais de inflação. A meta contínua será de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
A expectativa de crescimento da economia brasileira para este ano foi ligeiramente ajustada para cima, de 3,08% para 3,1%, após o Produto Interno Bruto (PIB) surpreender no segundo trimestre com uma alta de 1,4% em relação ao trimestre anterior. Em comparação ao segundo trimestre de 2023, o PIB apresentou crescimento de 3,3%, superando as previsões. Para os próximos anos, o mercado espera uma expansão de 1,93% em 2025 e 2% em 2026 e 2027.
Para o câmbio, o mercado projeta que o dólar encerre 2023 cotado a R$ 5,50, com uma ligeira redução para R$ 5,43 até o fim de 2025.
Fonte: Portal do Agronegócio
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