Publicado em: 16/12/2024 às 11:00hs
O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central, revela que economistas e analistas financeiros aumentaram suas previsões para a inflação e a taxa de juros nos próximos anos. Segundo o relatório, a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024 foi ajustada de 4,84% para 4,89%, superando o teto da meta de inflação, que é de 4,50%.
Essas estimativas refletem uma pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras, apontando também uma expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) maior tanto para este ano quanto para o próximo.
O governo brasileiro estipulou uma meta central de inflação de 3% para 2024, considerando que o índice de preços pode oscilar entre 1,5% e 4,5% para ser formalmente cumprida. Caso o IPCA ultrapasse esse intervalo, o Banco Central deverá enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos do descumprimento da meta.
Aumento de gastos públicos, especialmente no setor social, é apontado como um fator que tem contribuído para o aumento das projeções de inflação. Em resposta, o governo anunciou medidas para conter o crescimento das despesas, como o ajuste no aumento do salário mínimo e cortes na área da educação. Contudo, essas mudanças ainda precisam passar pelo Congresso e, em alguns casos, terão prazo para entrar em vigor.
Para 2025, a projeção de inflação foi revisada para 4,60%, um aumento em relação à estimativa anterior de 4,59%. Assim, a previsão segue acima do teto da meta, que é de 4,5%. A expectativa para 2026 permanece em 4%.
O sistema de metas do Banco Central estabelece que a inflação para 2025 deverá ficar entre 1,5% e 4,5% para ser considerada cumprida, com a meta central fixada em 3%. O Banco Central deve ajustar a taxa de juros para controlar a inflação, considerando que a Selic tem um efeito retardado sobre a economia, com impacto pleno entre seis e 18 meses.
Uma inflação mais alta reduz o poder de compra da população, especialmente das camadas de renda mais baixa, pois os preços dos produtos aumentam sem que os salários acompanhem esse crescimento. O Banco Central tem como objetivo manter a inflação sob controle, ajustando a política monetária para proteger a estabilidade econômica e garantir que os preços não ultrapassem os limites estabelecidos pelo sistema de metas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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