Mercado Financeiro

Inflação de 2024 supera meta com alta de 4,83%

Pressão dos preços de alimentos e combustíveis e mudança na liderança do Banco Central marcam o cenário econômico


Publicado em: 10/01/2025 às 10:35hs

Inflação de 2024 supera meta com alta de 4,83%

A inflação no Brasil encerrou 2024 acima do teto da meta estabelecida pelo governo, impulsionada principalmente pela alta nos preços de alimentos e combustíveis. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no país, registrou alta acumulada de 4,83% no ano, ultrapassando o limite superior de 4,5%. O resultado representa um novo desafio para a política monetária brasileira e marca o início da gestão de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central (BC).

Alta em dezembro e descompasso com a meta

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA subiu 0,52% em dezembro, após um avanço de 0,39% em novembro. Apesar de ficar levemente abaixo da expectativa de mercado de 0,57%, o índice acumulado em 12 meses atingiu 4,83%, excedendo o teto da meta que considera um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual em relação ao centro, fixado em 3%.

Desde a adoção do regime de metas em 1999, esta é a oitava vez que o objetivo não é cumprido, o que já havia ocorrido em 2022, 2021, 2017, 2015, 2003, 2002 e 2001.

Reações e perspectivas para o Banco Central

O descumprimento da meta obriga o Banco Central a justificar formalmente ao governo as razões para o resultado. Além disso, com a adoção de uma meta contínua de inflação a partir de 2025, a instituição terá que apresentar explicações caso o objetivo seja desrespeitado por seis meses consecutivos. A justificativa deverá incluir as causas do desvio, medidas corretivas e o prazo previsto para alcançar a convergência inflacionária.

Cenário de juros e desafios monetários

Em resposta ao aumento dos riscos inflacionários, o Banco Central intensificou sua política de aperto monetário no final de 2024, elevando a taxa Selic para 12,25% ao ano, com previsões de novos aumentos. O BC citou os impactos das medidas fiscais do governo e a depreciação cambial como fatores de pressão sobre os preços.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 28 e 29 de janeiro, ocorre em um ambiente de forte crescimento da atividade econômica, mercado de trabalho aquecido e expectativas de inflação ainda desancoradas, exigindo decisões cuidadosas para estabilizar o cenário econômico.

Fonte: Portal do Agronegócio

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