Publicado em: 26/05/2025 às 19:00hs
A inadimplência entre a população rural brasileira permaneceu estável no último trimestre de 2024, mantendo-se em 7,6%, segundo dados inéditos divulgados pela Serasa Experian. O levantamento considera dívidas vencidas há mais de 180 dias junto a empresas ligadas diretamente ao agronegócio. Na comparação com o mesmo período de 2023, a variação foi discreta, com um aumento de apenas 0,8 ponto percentual.
Para o head de Agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, esse cenário é reflexo do endurecimento das políticas de crédito por parte dos credores e da resiliência do setor, que mesmo diante de adversidades como custos elevados e perdas, continua honrando seus compromissos.
Além disso, o uso de ferramentas analíticas, como o Agro Score, e a adoção de critérios mais rígidos na concessão de crédito também têm contribuído para manter a inadimplência sob controle. “É fundamental equilibrar oferta e demanda por crédito para garantir a saúde financeira da cadeia do agronegócio”, afirmou Pimenta.
A análise por porte de produtor rural revela que os pequenos proprietários foram os menos afetados pela inadimplência, com taxa de 6,9%. Os médios proprietários aparecem em seguida, com 7,2%. Já produtores sem registro rural – como arrendatários ou grupos econômicos – registraram 9,0%, enquanto os grandes proprietários rurais apresentaram a maior taxa: 10,2%.
Quando observadas as regiões agrícolas, o Sul do Brasil se destacou com o menor percentual de inadimplência rural no último trimestre de 2024: 5,1%. Em contrapartida, a região classificada como “Norte-Agro” – que abrange os estados do Norte (exceto Rondônia e Tocantins) e o noroeste do Maranhão – apresentou o maior índice, com 11,3%.
Os dados também mostram que a maior parte das dívidas negativadas contraídas pela população rural está concentrada nas instituições financeiras, com 6,7%. Já os índices de inadimplência no setor agro e em outros setores relacionados são significativamente menores, com 0,3% e 0,1%, respectivamente.
Esses setores incluem agroindústrias, atacadistas de produtos agropecuários, serviços de apoio ao agro, produtores, revendas de insumos, seguradoras, empresas de transporte e armazenamento. “Isso reforça um cenário otimista: quando isolamos a cadeia agro, a inadimplência é ainda menor”, observa Marcelo Pimenta.
A quarta edição do Boletim Agro da Serasa Experian será lançada em breve, com um panorama econômico-financeiro detalhado do setor agropecuário brasileiro no último trimestre de 2024. O material incluirá análises sobre consumo de crédito, inadimplência, recuperação judicial, e será segmentado por porte do produtor, tipo de crédito, tempo de dívida, regiões e estados.
“O relatório é um verdadeiro raio-x do agro nacional e reafirma nosso compromisso em democratizar o acesso à informação e fortalecer a tomada de decisões no setor”, conclui Pimenta. A Serasa também pretende ampliar a coleta de dados junto a revendas e distribuidores, visando maior precisão sobre dívidas fora do sistema financeiro formal.
Fonte: Portal do Agronegócio
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