Mercado Financeiro

IGP-DI sobe 0,36% em setembro com pressão de commodities e reajuste da energia de Itaipu, aponta FGV

Inflação medida pelo IGP-DI desacelera no ano, mas mantém alta em 12 meses


Publicado em: 07/10/2025 às 11:05hs

IGP-DI sobe 0,36% em setembro com pressão de commodities e reajuste da energia de Itaipu, aponta FGV

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou alta de 0,36% em setembro, após avanço de 0,20% em agosto, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (7) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Com o resultado, o índice acumula queda de 1,27% no ano, mas ainda apresenta alta de 2,31% nos últimos 12 meses. Em setembro de 2024, o indicador havia subido 1,03%, acumulando aumento de 4,83% em 12 meses.

De acordo com o economista Matheus Dias, do FGV IBRE, a inflação ao produtor foi impulsionada pelas grandes commodities, com destaque para café, milho e carne bovina.

“No Índice de Preços ao Consumidor, o reajuste decorrente do bônus de Itaipu teve papel relevante na alta dos preços. Já no setor da construção, observou-se desaceleração nos três principais componentes: materiais, serviços e mão de obra”, explicou Dias.

Preços ao produtor sobem 0,30% com influência das matérias-primas

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), responsável por 60% do IGP-DI, apresentou alta de 0,30% em setembro, ligeiramente abaixo do avanço de 0,35% registrado em agosto.

Entre os grupos de produtos, Bens Finais tiveram aumento de 0,22%, revertendo a queda de 0,22% observada no mês anterior. Já o índice de Bens Finais (ex) — que exclui alimentos in natura e combustíveis para consumo — passou de -0,09% para 0,25%.

Os Bens Intermediários registraram recuo de 0,36%, após queda de 0,21% em agosto. Excluindo combustíveis e lubrificantes, a variação foi de -0,17%, ante -0,36% anteriormente.

O grupo de Matérias-Primas Brutas, por sua vez, teve alta de 0,80%, após aumento de 1,12% no mês anterior.

IPC acelera para 0,65% com impacto de energia e transportes

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a variação de preços para famílias, acelerou de -0,44% em agosto para 0,65% em setembro.

Cinco das oito classes de despesa tiveram aumento nas taxas de variação, com destaque para:

  • Habitação: de -0,80% para 2,13%, influenciada pelo reajuste da energia de Itaipu;
  • Educação, Leitura e Recreação: de -1,79% para 2,00%;
  • Transportes: de -0,24% para 0,30%;
  • Alimentação: de -0,50% para -0,18%;
  • Comunicação: de 0,04% para 0,07%.

Por outro lado, houve desaceleração nos grupos Saúde e Cuidados Pessoais, Vestuário e Despesas Diversas, que passaram a registrar variação negativa.

Custo da construção desacelera para 0,17%

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,17% em setembro, abaixo dos 0,52% de agosto.

Os três componentes do indicador apresentaram desaceleração:

  • Materiais e Equipamentos: de 0,26% para 0,18%;
  • Serviços: de 0,52% para 0,16%;
  • Mão de Obra: de 0,83% para 0,16%.
Núcleo do IPC sobe e índice de difusão recua

O Núcleo do IPC, que exclui itens com variações extremas de preço, aumentou 0,24% em setembro, após alta de 0,20% em agosto.

Dos 85 itens que compõem o índice, 37 foram desconsiderados no cálculo: 25 com variações inferiores a -0,03% e 12 acima de 0,54%.

O Índice de Difusão, que mostra o percentual de produtos com alta de preços, caiu para 54,19%, uma redução de 5,16 pontos percentuais em relação a agosto (59,35%).

Fonte: Portal do Agronegócio

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