Mercado Financeiro

IGP-10 avança 1,34% em outubro, impulsionado por agropecuária e energia

Alta no Índice reflete impacto da seca nos produtos agropecuários e aumento nas tarifas de energia elétrica


Publicado em: 17/10/2024 às 10:45hs

IGP-10 avança 1,34% em outubro, impulsionado por agropecuária e energia

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou um aumento de 1,34% em outubro, acelerando em comparação à alta de 0,18% observada em setembro. Com este resultado, o índice acumula um avanço de 3,91% no ano e 5,10% nos últimos 12 meses. No mesmo mês do ano passado, o IGP-10 havia subido 0,52%, mas acumulava uma queda de 4,88% no período de 12 meses.

Segundo Matheus Dias, economista do FGV IBRE, "a aceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) foi influenciada pelos produtos agropecuários, que continuam a sentir os efeitos da seca. No lado do consumidor, o acionamento da bandeira vermelha patamar 2, vigente desde o início de outubro, resultou em aumento nas tarifas de energia elétrica, principal fator para a elevação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Na construção civil, a alta foi refletida, sobretudo, pelo aumento nos preços de materiais, equipamentos e serviços."

Desempenho dos índices

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) apresentou uma alta expressiva de 1,66% em outubro, comparado ao avanço de 0,14% no mês anterior. Entre os Bens Finais, houve uma variação de 1,06%, frente ao aumento de 0,60% registrado em setembro, impulsionado principalmente pelo subgrupo de alimentos processados, cuja taxa passou de 1,54% para 3,63%. O índice de Bens Finais, excluindo alimentos in natura e combustíveis, subiu 1,61% em outubro, ante 0,78% em setembro.

No grupo de Bens Intermediários, a taxa recuou de 0,60% em setembro para 0,21% em outubro, impactada pela queda nos preços de suprimentos, que passaram de 1,02% para -0,82%. Excluindo combustíveis e lubrificantes, o índice de Bens Intermediários variou 0,62%, abaixo da alta de 1,01% registrada no mês anterior.

Já o grupo de Matérias-Primas Brutas teve forte aceleração, passando de -0,86% em setembro para 3,94% em outubro. Os itens que mais contribuíram para esse movimento foram minério de ferro (-8,41% para 1,84%), soja em grão (-0,99% para 6,58%) e bovinos (2,83% para 8,36%). Por outro lado, aves, suínos e mandioca apresentaram quedas relevantes.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou alta de 0,53% em outubro, contra 0,02% em setembro. Sete das oito classes de despesa que compõem o índice tiveram acréscimos, com destaque para Habitação (0,23% para 1,60%) e Alimentação (-0,43% para 0,08%). A tarifa de eletricidade residencial saltou de 0,83% para 6,35%, enquanto hortaliças e legumes reduziram a queda de -14,92% para -7,75%.

Por outro lado, o grupo Transportes foi o único a apresentar decréscimo, caindo de 0,13% para -0,23%, impulsionado pela redução no preço da gasolina, que variou de 0,24% para -0,78%.

Construção Civil também registra alta

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,57% em outubro, desacelerando em relação à alta de 0,79% em setembro. O grupo Materiais e Equipamentos registrou variação de 0,58%, enquanto o grupo de Serviços avançou de 0,31% para 0,70%. A Mão de Obra, por sua vez, teve um aumento mais modesto, passando de 0,80% em setembro para 0,53% em outubro.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias