Publicado em: 23/10/2025 às 10:55hs
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, declarou nesta quinta-feira (23) que a instituição está “bastante incomodada” com o fato de a inflação e as expectativas do mercado continuarem acima da meta oficial. Apesar disso, ele destacou que o país vive um processo de desinflação consistente, o que reforça a necessidade de manter a política monetária restritiva por mais tempo.
Segundo Galípolo, o BC tem atuado com diligência e agilidade no combate à alta dos preços.
“A inflação e as expectativas seguem fora da meta, o que causa desconforto ao Banco Central. No entanto, estamos falando de um processo de redução e retorno gradual aos níveis desejados”, afirmou durante participação no Fórum Econômico Indonésia-Brasil, em Jacarta.
Atualmente, a meta de inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Galípolo, no entanto, não fez previsões sobre quando o índice poderá convergir para esse patamar.
De acordo com o Boletim Focus mais recente, a expectativa do mercado é de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre 2025 com alta de 4,70%, sem projeção de atingir o centro da meta até 2028.
Em setembro, o IPCA registrou avanço de 0,48%, acumulando 5,17% em 12 meses, reforçando o desafio para o BC no controle dos preços.
Durante a missão oficial do governo brasileiro na Indonésia, Galípolo reafirmou que o Banco Central deve manter a taxa Selic elevada por um período prolongado, mesmo diante de sinais de crescimento econômico e estabilidade do mercado de trabalho.
Após a decisão mais recente, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 15% ao ano, indicando que não há espaço para cortes no curto prazo. O objetivo é garantir que a inflação retorne de forma sustentável à meta de 3%.
“A economia brasileira vem mostrando crescimento contínuo, com baixo desemprego e inflação que, embora fora da meta, permanece em níveis historicamente controlados. Para garantir essa convergência, o Banco Central precisa manter os juros em um patamar restritivo por mais tempo”, afirmou Galípolo.
A avaliação do presidente do BC reflete o equilíbrio delicado entre crescimento econômico e estabilidade de preços. Apesar da melhora no ritmo de expansão do PIB e da resiliência do mercado de trabalho, a inflação persistente e as expectativas acima da meta ainda exigem cautela da política monetária.
O discurso de Galípolo indica que o Banco Central deve seguir vigilante, mantendo juros altos até que haja confiança de convergência da inflação para a meta contínua de 3%.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias