Publicado em: 08/07/2025 às 09:30hs
Apesar do anúncio de R$ 85,7 bilhões em recursos para a agricultura familiar no Plano Safra 2025/26, muitos produtores, especialmente de médio e grande porte, seguem fora do alcance das linhas subsidiadas pelo governo. Em um cenário de juros elevados e crédito bancário restrito, cresce a busca por soluções privadas mais eficientes de financiamento no campo.
Neste contexto, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) têm se consolidado como a principal ferramenta de crédito privado no agronegócio. No primeiro semestre de 2025, as emissões de FIDCs lastreados no setor agropecuário aumentaram mais de 40%.
Com base em recebíveis como CPRs (Cédulas de Produto Rural) e contratos de fornecimento, esses fundos garantem liquidez, previsibilidade e agilidade, elementos essenciais para o planejamento da próxima safra.
Ao contrário do crédito público, frequentemente limitado por burocracias, contingenciamentos orçamentários ou decisões políticas, os FIDCs operam com lógica de mercado, baseando-se em análise de risco, garantias e contratos. Isso assegura mais confiança para investidores e produtores.
“A verdade é que o Plano Safra não consegue atender todas as necessidades do setor. A previsibilidade que os FIDCs oferecem é um diferencial valioso para o produtor rural que precisa planejar a próxima safra com meses de antecedência”, afirma Gustavo Assis, CEO da Asset Bank.
Mais do que simples fonte de crédito, os FIDCs vêm ganhando relevância como instrumentos estratégicos de gestão financeira no agronegócio. Entre os principais benefícios estão:
Essas vantagens se mostram particularmente importantes em um setor marcado por ciclos longos, margens apertadas e exposição a riscos climáticos e de preços.
Com estrutura adaptável às necessidades do produtor, os FIDCs oferecem maior previsibilidade de fluxo de caixa, gestão de riscos mais eficiente e, muitas vezes, condições mais atrativas do que as praticadas por bancos tradicionais.
Além disso, viabilizam operações personalizadas, moldadas de acordo com o perfil produtivo e as condições específicas de cada propriedade ou cooperativa.
Diante das restrições do crédito público e da necessidade crescente por soluções financeiras inteligentes e ágeis, a tendência é que os FIDCs ampliem ainda mais sua participação no financiamento agrícola nos próximos ciclos.
Combinando flexibilidade, segurança e eficiência, os fundos estruturados devem continuar ganhando espaço como protagonistas na sustentação da produtividade e competitividade do agronegócio brasileiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
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