Publicado em: 21/08/2024 às 11:15hs
Com o olhar dos mercados voltado para a reunião de setembro do Federal Reserve (Fed), que pode dar início a um ciclo de afrouxamento monetário, a ata da reunião de julho promete revelar a profundidade das discussões entre as autoridades do banco central norte-americano. No encontro anterior, alguns membros do Fed já estavam ansiosos para iniciar o debate sobre a redução dos juros.
A divulgação desta ata, marcada para esta quarta-feira, deve esclarecer quantos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto estavam inclinados a considerar cortes já no mês passado, e quão coesa foi a opinião entre aqueles que viam setembro como o momento ideal para iniciar a redução dos custos de empréstimo.
Embora o Fed tenha mantido a taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50% na reunião de julho — um patamar sustentado por mais de um ano —, as autoridades sinalizaram mudanças importantes em sua declaração, abrindo caminho para um possível corte em setembro. Essa expectativa foi reforçada pelo chair do Fed, Jerome Powell, que, em coletiva de imprensa, afirmou que um corte seria possível caso a inflação caísse dentro do esperado, o crescimento econômico permanecesse forte e o mercado de trabalho mantivesse a atual estabilidade.
Pouco depois da reunião, dados divulgados pelo Departamento de Trabalho dos EUA mostraram uma desaceleração significativa na criação de empregos em julho, com a taxa de desemprego subindo para 4,3%, a maior desde o início da pandemia. Esse cenário de enfraquecimento no mercado de trabalho elevou as expectativas de que o Fed possa considerar a redução dos juros já na próxima reunião.
Neel Kashkari, presidente do Fed de Minneapolis, destacou essa mudança ao afirmar que "o balanço de riscos mudou, tornando o debate sobre a possibilidade de cortes em setembro apropriado". Kashkari, que anteriormente defendia a manutenção dos juros até que a inflação atingisse a meta de 2%, agora reconhece a necessidade de reavaliar essa postura.
As mudanças na declaração do Fed em julho, que suavizaram a descrição da inflação e igualaram os riscos ao emprego e à alta de preços, foram vistas como um movimento para preparar o terreno para cortes futuros. Ainda assim, Powell alertou que a maioria das autoridades preferiu aguardar até setembro, dependendo dos dados econômicos que serão apresentados até lá.
A ata desta quarta-feira será crucial para entender o ritmo e a extensão do que parece ser uma iminente mudança para o afrouxamento monetário nos EUA. Atualmente, os mercados estão totalmente preparados para um corte em setembro, restando apenas definir se a redução será de 0,25 ou 0,50 ponto percentual, com maior probabilidade de um corte menor.
Fonte: Portal do Agronegócio
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