Publicado em: 09/01/2025 às 11:25hs
A desvalorização do real brasileiro tem gerado preocupação entre os empresários uruguaios, principalmente nas regiões de fronteira, onde setores chave, como veículos, laticínios e plásticos, estão sendo diretamente afetados. O Indicador de Preços Fronteiriços da Universidade Católica do Uruguai revela que os preços no Brasil são, em média, 71% mais baixos do que no Uruguai. Esse desequilíbrio tem dificultado a competitividade de comerciantes de cidades como Artigas, no Uruguai, e Quaraí, no Brasil.
Comerciantes das áreas fronteiriças solicitaram ao governo uruguaio medidas como a isenção do IVA (Imposto sobre o Valor Agregado) para a cesta básica, maior desconto no Imposto Específico Interno (Imesi) sobre combustíveis e facilidades para microimportações. No entanto, o Ministério de Economia e Finanças (MEF) rejeitou essas propostas, argumentando que a diferença de preços é uma situação conjuntural, resultante das políticas econômicas e flutuações cambiais entre os dois países.
O MEF esclareceu que a devolução total do IVA, que poderia alcançar até 18,03% para produtos com alíquota básica de 22% e 9,09% para os de alíquota mínima de 10%, não seria suficiente para equilibrar a disparidade de preços. Além disso, as autoridades destacaram o impacto fiscal substancial que tais medidas poderiam gerar, sem garantir mudanças significativas nos hábitos de consumo da população local, que continua priorizando compras no Brasil em razão da grande diferença de preços.
Embora o governo uruguaio reconheça as dificuldades enfrentadas pelos comerciantes e moradores dessas regiões fronteiriças, optou por não regulamentar a Lei de Rendição de Contas de forma a permitir isenções fiscais nas zonas fronteiriças. As autoridades reafirmaram que as medidas solicitadas seriam ineficazes diante da magnitude da diferença de preços e do contexto econômico atual.
Essa postura oficial reflete o entendimento de que a situação é transitória e está ligada a fatores externos, como as variações cambiais e as políticas econômicas do Brasil, que impactam diretamente os preços e a competitividade entre os dois países. As informações são do Infobae.
Fonte: Portal do Agronegócio
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