Publicado em: 21/07/2021 às 19:00hs
Considerado o novo “queridinho” dos investidores da Faria Lima, o setor agropecuário deve atrair volumes ainda maiores de recursos com a estruturação dos Fundos de Investimentos nas Cadeias Agroindustriais (Fiagro) e ultrapassar o desempenho dos fundos imobiliários, que já somam R$ 140 bilhões.
“A nossa expectativa é que tenham pelo menos R$ 25 bilhões de oferta de CRAs no mercado em 2021”, afirmou o sócio-diretor da XP Investimentos, Pedro Freitas em audiência pública na Câmara dos Deputados. Ele informou que uma nova emissão de CRA foi concluída nessa quarta-feira com a Granja Mantiqueira, grande produtora de ovos em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso.
Em 2020, foram emitidos R$ 13 bilhões em CRAs, sendo que R$ 5 bilhões tiveram a coordenação da empresa no ano passado. Desde 2015, são mais de R$ 50 bilhões em operações com o agronegócio.
Segundo Freitas, os investidores da Bolsa de Valores conhecem melhor o setor atualmente e entenderam que o Brasil será o país capaz de suprir a crescente demanda por alimentos no mundo, com protagonismo na produção de soja, cana-de-açúcar, algodão, milho e proteínas animais. “O setor agro é um dos queridinhos da Bolsa”, completou. A XP coordenou os dois primeiros IPO (oferta pública inicial, na sigla em inglês) do setor, com a Jalles Machado e a Boa Safra Sementes.
A aposta da XP agora é no sucesso do Fiagro. Freitas diz que a gestão profissional de um fundo por alguém que conhece o setor, sabe avaliar o risco e consegue fazer um acompanhamento mais próximo das empresas facilitará a decisão dos investidores. “Isso traz respaldo para os cotistas, permitindo com que empresas menos sofisticadas e com nível de governança e transparência não tão elevado consigam captar recursos no mercado de capitais”, acrescentou.
Ele disse que o Fiagro vai exponencializar os investimentos no setor. Para o sócio da XP, os fundos do agronegócio vão superar o desempenho dos Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs), que têm R$ 140 milhões na Bolsa e conseguiram um salto no número de investidores de 89 mil para 1,2 milhões de pessoas físicas em poucos anos. “Quando traz para o cenário de Fiagro, a expectativa é que isso seja muito maior”, apontou.
Freitas disse que o mercado de capitais evoluiu, com educação do investidor, o que proporciona aumento da liquidez para investimentos em vários ativos, outro ponto positivo para o setor. “Existe um potencial que todas as mudanças recentes podem impactar ainda mais o agronegócio brasileiro, trazendo recurso de longo prazo, estruturado, para permitir crescimento, geração de emprego e desenvolvimento do setor”.
Fonte: Grupo Idea
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