Publicado em: 08/01/2025 às 10:10hs
Alta do dólar e tensões tarifárias nos EUA
O dólar iniciou esta quarta-feira (8) em alta, sendo cotado a R$ 6,14, refletindo as expectativas sobre possíveis mudanças na política comercial do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Informações divulgadas pela CNN apontam que Trump estaria considerando declarar uma emergência econômica nacional, o que permitiria a imposição de tarifas sobre produtos de aliados e adversários comerciais.
Além disso, o mercado aguarda com atenção a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), na qual foram detalhadas as razões para o recente corte na taxa de juros dos EUA em 0,25 ponto percentual, reduzindo-a para o intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano. Ainda nesta quarta-feira, será publicado o relatório ADP, que apresenta os números de geração de empregos no setor privado, um indicador importante para antecipar futuras decisões de política monetária.
No Brasil, a produção industrial de novembro recuou 0,6% em relação ao mês anterior, mas apresentou alta de 1,7% na comparação anual, conforme dados divulgados pelo IBGE. O desempenho ficou próximo das expectativas dos economistas consultados pela Reuters, que previam uma queda de 0,5% no comparativo mensal e um avanço de 1,8% na base anual.
No mercado acionário, o Ibovespa encerrou o pregão de terça-feira (7) com alta de 0,95%, atingindo 121.163 pontos. Com isso, acumulou ganhos de 2,22% na semana e 0,73% no mês.
Nos Estados Unidos, o relatório JOLTS revelou a abertura de 8,1 milhões de vagas de emprego em novembro, superando a expectativa de 7,74 milhões. Esse dado reforça a percepção de um mercado de trabalho aquecido, que pode pressionar a inflação e influenciar as decisões do Fed sobre os juros.
Além disso, o setor de serviços dos EUA registrou crescimento em dezembro, com o Índice de Gerentes de Compras (PMI) subindo para 54,1. Contudo, o aumento dos preços de insumos sinaliza persistência inflacionária, o que pode levar o Fed a reconsiderar o ritmo de redução das taxas de juros.
Internamente, a política fiscal segue como foco. Em entrevista, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o déficit primário de 2024 deve ser de 0,1% do PIB, menor que o esperado anteriormente. Haddad destacou que, com a implementação do novo arcabouço fiscal, a dívida pública deverá se estabilizar e iniciar uma trajetória de queda.
Por outro lado, questões como a aprovação do orçamento de 2025 e medidas de controle fiscal ainda geram incertezas. Haddad também descartou a possibilidade de aumento do IOF sobre a saída de dólares, tranquilizando o mercado financeiro.
A alta do dólar e a oscilação dos mercados refletem um cenário global de incertezas, com decisões estratégicas nos EUA e a condução da política fiscal brasileira sendo monitoradas de perto. A volatilidade deve permanecer enquanto dados econômicos e decisões governamentais moldam o comportamento dos investidores.
Fonte: Portal do Agronegócio
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