Mercado Financeiro

Dólar sobe frente ao real com atenção voltada às falas de Haddad e dirigentes do Fed

Mercado monitora votação de MP sobre tributação digital e indicadores de inflação no Brasil e nos EUA


Publicado em: 07/10/2025 às 10:40hs

Dólar sobe frente ao real com atenção voltada às falas de Haddad e dirigentes do Fed

O dólar iniciou a terça-feira (7) em alta no mercado brasileiro, acompanhando o movimento internacional da moeda norte-americana e refletindo a cautela dos investidores diante de discursos de autoridades econômicas no Brasil e nos Estados Unidos. Às 9h03, a moeda subia 0,21%, cotada a R$ 5,3211 na venda. Na B3, o contrato futuro de primeiro vencimento avançava 0,20%, a R$ 5,3540.

Na véspera, o dólar havia caído 0,47%, fechando a R$ 5,3107, enquanto o Ibovespa recuou 0,41%, aos 143.608 pontos.

Mercado atento às declarações de Haddad e dirigentes do Fed

Com uma agenda de indicadores econômicos esvaziada, o foco dos investidores recai sobre as falas de autoridades. No Brasil, o destaque é a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao programa Bom Dia, Ministro, acompanhada de perto após a recente conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Nos Estados Unidos, os olhares se voltam para os discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed), especialmente diante da paralisação do governo americano, que impede a divulgação de dados econômicos. Raphael Bostic fala às 11h, seguido por Michelle Bowman (11h05) e Stephen Miran (11h45 e 17h05).

Ainda nesta terça, o Fed de Nova York divulga o índice de expectativas de inflação dos consumidores referente a setembro, estimado em 3,2%.

MP das apostas e ativos digitais entra no radar do mercado

Os investidores brasileiros também acompanham a votação da Medida Provisória 1.303/2025, marcada para 14h30. A proposta trata da tributação sobre apostas, aplicações financeiras e ativos digitais. O texto precisa ser aprovado até quarta-feira (8) para não perder validade.

A decisão é acompanhada com expectativa, pois pode afetar diretamente a arrecadação federal e o fluxo de investimentos em ativos digitais no país.

Indicadores econômicos e expectativas de inflação

Nesta semana, o principal destaque doméstico é a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro. Após a prévia apontar alta de 0,48%, economistas projetam nova aceleração dos preços, impulsionada pelo fim do desconto na conta de luz.

O Banco Daycoval estima aumento de 0,55% no IPCA de setembro, enquanto a alimentação no domicílio — que caiu 0,83% em agosto — deve continuar em queda.

Também estão previstas a primeira prévia do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) de outubro e o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de setembro, com projeções de estabilidade e alta de 0,39%, respectivamente, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Boletim Focus mostra estabilidade nas projeções

O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (6) pelo Banco Central, mostrou estabilidade nas projeções de inflação e crescimento econômico. A expectativa para o IPCA é de 4,80% em 2025 e 4,28% em 2026, enquanto o PIB deve crescer 2,16% neste ano e 1,80% no próximo.

A Selic deve encerrar 2025 em 15% e cair para 12,25% em 2026. Já o câmbio foi revisado levemente para baixo, com o dólar projetado em R$ 5,45 para 2025 e R$ 5,53 para 2026.

Bolsas globais operam sem direção única

Nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York encerraram o pregão anterior sem tendência definida, com destaque para o setor de tecnologia após o anúncio de um acordo entre AMD e OpenAI para fornecimento de chips.

O S&P 500 subiu 0,36%, aos 6.740,28 pontos, enquanto o Nasdaq avançou 0,71%, para 22.941,67 pontos. O Dow Jones, porém, caiu 0,14%, aos 46.694,97 pontos.

Na Europa, os mercados se recuperaram parcialmente após a renúncia do primeiro-ministro francês, Sebastien Lecornu. O índice europeu STOXX 600 terminou o dia estável, após atingir uma máxima histórica. Em Paris, o CAC-40 recuou 1,36%, enquanto Londres (-0,13%), Milão (-0,26%) e Madri (-0,18%) também fecharam no vermelho. Lisboa destoou, com alta de 0,78%.

Na Ásia, os resultados foram mistos. Hong Kong recuou 0,67% com realização de lucros antes de feriado local, enquanto o Japão teve forte alta de 4,75% no Nikkei, impulsionado por mineradoras e tecnologia.

Balanço dos índices brasileiros
  • Dólar:
    • Semana: -0,47%
    • Mês: -0,22%
    • Ano: -14,06%
  • Ibovespa:
    • Semana: -0,41%
    • Mês: -1,80%
    • Ano: +19,39%

Fonte: Portal do Agronegócio

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