Publicado em: 29/07/2025 às 10:57hs
O dólar iniciou a manhã desta terça-feira (29) em leve alta de 0,11%, cotado a R$ 5,5963 por volta das 9h20. A valorização da moeda norte-americana ocorre em meio à crescente tensão comercial com os Estados Unidos, a poucos dias da entrada em vigor de um novo pacote tarifário, e à expectativa pelas decisões de juros do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central do Brasil (BC), previstas para esta quarta-feira (30).
A aproximação da data-limite de 1º de agosto para o início da nova taxação imposta pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, mantém o mercado financeiro em alerta. O recente acordo firmado entre os EUA e a União Europeia desviou o foco das negociações com o Brasil e reforçou a importância das conversas em andamento entre Estados Unidos e China.
Nesta semana, representantes dos dois países estão reunidos em Estocolmo em busca de uma solução para as disputas comerciais. A expectativa é que a trégua tarifária seja estendida por mais 90 dias, o que poderia amenizar a escalada das tensões e abrir espaço para uma futura reunião entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping.
Enquanto isso, o Brasil segue sem progresso nas conversas com os norte-americanos. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, afirmou que o governo brasileiro continua dialogando com os EUA por meio de canais institucionais, mas já começou a estruturar um plano de contingência para mitigar os impactos das tarifas sobre setores estratégicos da economia nacional.
“Estamos elaborando um plano bastante completo. Nosso foco agora é tentar resolver o problema, mas, caso não haja avanço, o contingenciamento será colocado em prática”, declarou Alckmin.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também destacou que Alckmin realizou uma terceira e longa conversa com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, reafirmando a disposição brasileira em negociar, mas ressaltando que o país não está limitado por prazos.
O tarifaço de Trump prevê a aplicação de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos. Os setores mais afetados incluem aço, alumínio, minerais críticos e veículos elétricos.
Segundo interlocutores do governo, o presidente Lula estaria disposto a conversar diretamente com Trump, caso haja abertura para o diálogo. No entanto, o cenário em Brasília é de pessimismo. A percepção é que a Casa Branca só esteja disposta a discutir o tema após a implementação das tarifas.
Com os desdobramentos internacionais e a proximidade da “Superquarta”, o mercado brasileiro opera com volatilidade:
A chamada Superquarta, marcada para 30 de julho, é um dos eventos mais aguardados da semana. O mercado espera os anúncios das novas decisões de política monetária tanto do Federal Reserve quanto do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro.
Com o risco de que o tarifaço gere pressões inflacionárias, a possibilidade de elevação dos juros nos Estados Unidos voltou ao radar, o que pode impactar os fluxos de capital para países emergentes como o Brasil.
As bolsas de valores internacionais operavam majoritariamente em alta nesta terça-feira (29), impulsionadas pelo acordo entre Estados Unidos e União Europeia e pela expectativa de novos dados corporativos. Confira o desempenho dos principais índices europeus por volta das 10h:
Na Ásia, os mercados fecharam de forma mista, acompanhando com cautela a nova rodada de negociações entre China e Estados Unidos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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