Publicado em: 11/07/2025 às 10:40hs
Na manhã desta sexta-feira (11), o dólar avançava 0,41%, cotado a R$ 5,5653 às 9h01. O movimento reflete a apreensão do mercado diante das tarifas de 50% que os Estados Unidos pretendem impor sobre produtos brasileiros. O Ibovespa, que abre às 10h, ainda não havia iniciado as negociações.
Na véspera, a moeda americana já havia subido 0,72%, encerrando o pregão a R$ 5,5426. No mesmo dia, a Bolsa brasileira caiu 0,54%, fechando aos 136.743 pontos. Empresas exportadoras, como a Embraer, foram as mais afetadas.
O mercado ainda assimila os possíveis impactos das medidas anunciadas pelo presidente Donald Trump, que incluem:
Trump também tem enviado cartas a líderes de 23 países estabelecendo novas regras comerciais. O Brasil foi o mais penalizado até agora, com a tarifa mais alta.
Veja o desempenho do dólar e do Ibovespa:
A tarifa de 50% anunciada pelos EUA pode atingir em cheio os setores de:
A XP Investimentos aponta a Embraer como uma das empresas mais expostas, com 23,8% de sua receita vinda do mercado norte-americano. Outras companhias com forte dependência das exportações para os EUA incluem:
A alta do dólar pode pressionar a inflação brasileira, segundo especialistas. O economista Robson Gonçalves, da FGV, alerta que, caso o câmbio se mantenha elevado, o Banco Central poderá manter a taxa básica de juros em 15%, o que aumenta o risco de recessão.
O presidente Lula reagiu às medidas, afirmando que o Brasil não aceitará ser tutelado e que pode acionar a Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada durante o primeiro mandato de Trump. A legislação permite ao Brasil retaliar países que impuserem tarifas extras às exportações nacionais.
A carta enviada por Trump a Lula tem tom político, com críticas ao julgamento de Jair Bolsonaro no STF, classificado pelo ex-presidente americano como “vergonha internacional”. Trump também alertou que, caso o Brasil reaja com novas tarifas, os EUA retaliarão com aumentos ainda maiores.
As cartas enviadas por Trump seguem um padrão: reafirmam o compromisso dos EUA com o comércio, mas destacam o déficit comercial com seus parceiros. A justificativa para a tarifa contra o Canadá, por exemplo, foi a alegada ineficácia no combate ao tráfico de fentanil.
Especialistas avaliam que essas medidas podem aumentar os custos de produção nos EUA e, consequentemente, os preços ao consumidor. Caso a inflação norte-americana suba, o Federal Reserve pode manter os juros altos por mais tempo, o que fortalece o dólar e afeta economias ao redor do mundo.
O cenário internacional permanece instável, com o mercado aguardando os próximos passos de Trump e a resposta do governo brasileiro. Enquanto isso, o câmbio segue pressionado, e os investidores mantêm cautela diante de possíveis desdobramentos comerciais e geopolíticos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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