Publicado em: 07/07/2025 às 10:45hs
O dólar iniciou a semana em alta de 0,54% nesta segunda-feira (7), sendo cotado a R$ 5,4533 por volta das 9h20. Na sexta-feira anterior, a moeda já havia subido 0,36%, encerrando o dia a R$ 5,4242.
Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou a sexta-feira com alta de 0,24%, atingindo 141.264 pontos — um novo recorde histórico.
O movimento nos mercados é reflexo das recentes declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele anunciou no domingo (6) que os EUA irão aplicar uma tarifa adicional de 10% a qualquer país que, segundo ele, “se alinhar às políticas antiamericanas do Brics”.
A declaração, feita na rede Truth Social, não especificou quais países seriam afetados nem o que se entende por “políticas antiamericanas”. A ameaça surgiu após a divulgação da “Declaração do Rio de Janeiro” pelo Brics — documento que defende o multilateralismo, o fortalecimento de instituições como a ONU e o respeito ao direito internacional, além de rejeitar ações unilaterais. Os EUA não foram citados diretamente.
A África do Sul destacou que o objetivo do Brics é reformar a ordem multilateral global, sem intenção de confronto.
A possibilidade de retaliações cruzadas acende o alerta para um novo ciclo de tensões comerciais globais, que pode impactar diretamente o crescimento econômico mundial e aumentar pressões inflacionárias.
Trump também afirmou que os EUA enviarão ainda nesta semana cartas com a lista de novas tarifas que entrarão em vigor a partir de 1º de agosto. A medida representa uma extensão de três semanas da trégua estabelecida em abril, quando os EUA suspenderam por 90 dias a aplicação das tarifas para permitir renegociações bilaterais.
Até agora, apenas acordos limitados foram firmados, como com o Reino Unido e o Vietnã. A União Europeia ainda tenta evitar sobretaxas em setores estratégicos como agricultura, tecnologia e aviação. Outros países, como Japão, Índia, Coreia do Sul, Indonésia, Tailândia e Suíça, também correm contra o tempo para oferecer concessões e escapar das tarifas, que podem variar entre 10% e 50%.
O mercado teme que as tarifas encareçam os produtos para os consumidores e aumentem os custos de produção, pressionando a inflação global. Nos EUA, esse cenário pode levar o Federal Reserve (Fed) a manter os juros elevados por mais tempo. Na última semana, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a instituição pretende “esperar por mais dados” antes de tomar decisões sobre cortes na taxa básica de juros.
O ambiente de incerteza tem gerado oscilações nos mercados.
Internamente, o mercado monitora os desdobramentos da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que suspendeu os efeitos de todos os decretos relacionados ao IOF. Ele determinou a realização de uma audiência de conciliação entre o Executivo e o Congresso Nacional para discutir o tema.
A ameaça de Trump reacendeu o temor de um novo ciclo de tensões comerciais internacionais. A possível imposição de tarifas a países do Brics e aliados aumenta a cautela nos mercados, influencia as políticas monetárias globais e pode impactar diretamente o cenário econômico mundial nas próximas semanas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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