Mercado Financeiro

Dólar ronda estabilidade após quedas consecutivas, investidores aguardam dados dos EUA

Expectativas se voltaram para índice de inflação e Produto Interno Bruto dos EUA


Publicado em: 24/04/2024 às 11:40hs

Dólar ronda estabilidade após quedas consecutivas, investidores aguardam dados dos EUA

O dólar registrou uma leve alta em relação ao real nesta quarta-feira, após uma série de três quedas consecutivas. A movimentação reflete um momento de pausa nas vendas da moeda norte-americana, enquanto investidores aguardam dados econômicos importantes dos Estados Unidos.

Às 9h50 (horário de Brasília), o dólar à vista subia 0,44%, chegando a 5,1512 reais na venda. Paralelamente, o contrato de dólar futuro com vencimento mais próximo avançava 0,23%, para 5,150 reais na venda.

Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, explicou que a alta do dólar reflete uma realização de lucros após um período de quedas, mas que a tendência dependerá de novos dados econômicos dos Estados Unidos. "Ontem vimos uma realização de lucros, algo que temos observado nos últimos dias, e agora é realmente aguardar os próximos dados para verificar se haverá, ou não, cortes nas taxas de juros nos EUA", afirmou Avallone.

Na terça-feira, o dólar à vista fechou em 5,1285 reais na venda, uma queda de 0,80%. Em três dias úteis, a moeda norte-americana acumulou uma queda de 2,33%, revertendo parte dos ganhos significativos registrados no início deste mês. Esses ganhos anteriores foram impulsionados por reprecificações relacionadas aos cortes de juros pelo Federal Reserve e preocupações com o risco fiscal no Brasil.

Os operadores, que anteriormente apostavam em um afrouxamento monetário de até 1,50 ponto percentual nos Estados Unidos ao longo de 2024, agora esperam apenas dois cortes de 0,25 ponto. Juros mais altos nos EUA tendem a ser benéficos para o dólar, tornando os títulos do Tesouro mais atraentes e atraindo investidores para os mercados norte-americanos.

Os investidores agora aguardam a divulgação de dois importantes dados econômicos dos EUA: o índice de inflação PCE, que é o preferido do Federal Reserve, e os dados do Produto Interno Bruto (PIB) referentes ao primeiro trimestre. O índice PCE será divulgado na sexta-feira, enquanto o relatório do PIB sairá na quinta-feira.

No Brasil, as atenções estão voltadas para a política monetária, especialmente após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertar sobre uma possível desaceleração no ritmo de redução das taxas de juros devido ao aumento da incerteza econômica. Esse alerta levou a uma reprecificação do mercado em relação ao nível da Selic para o final do ano, afetando as projeções dos investidores.

Um ritmo mais lento de cortes nas taxas de juros poderia, em tese, ser benéfico para o real, já que preserva a atratividade dos investimentos em renda fixa. No entanto, esse benefício pode ser equilibrado pelos riscos fiscais elevados que geraram a reprecificação dos juros em primeiro lugar.

Fonte: Portal do Agronegócio

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