Publicado em: 01/11/2024 às 11:00hs
Nesta sexta-feira (1º), o dólar opera em queda, revertendo a alta registrada no dia anterior, quando subiu 0,31%, fechando cotado a R$ 5,7813. O principal índice de ações da bolsa brasileira também recuou, encerrando a última sessão com baixa de 0,71%, aos 129.713 pontos.
O movimento de baixa no dólar ocorre após a divulgação do relatório de empregos dos Estados Unidos, o "payroll", que apontou a criação de apenas 12 mil vagas em outubro, bem abaixo da expectativa de 106 mil e das 223 mil vagas criadas em setembro. A redução no ritmo de contratações reforça a possibilidade de que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, opte por novas reduções na taxa de juros, atualmente entre 4,75% e 5,00% ao ano. Em setembro, o Fed já havia promovido um corte de 0,5 ponto percentual em sua taxa básica.
No Brasil, o destaque é o avanço da produção industrial, que cresceu 1,1% em setembro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice superou a alta de 0,2% do mês anterior e também as expectativas de 0,9% projetadas pelo mercado. Esse aquecimento da indústria reforça as previsões de uma inflação mais elevada nos próximos meses, alimentando expectativas de que o Banco Central possa elevar ainda mais a taxa Selic, atualmente em 10,75% ao ano.
Às 09h40, o dólar estava cotado a R$ 5,7711, registrando uma queda de 0,18%. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,8041. A moeda acumula alta de 1,34% na semana, 6,14% no mês e 19,14% no ano. Na última sessão, o Ibovespa, principal índice da B3, iniciou suas operações às 10h e encerrou com queda de 0,71%, acumulando perda de 0,14% na semana, 1,59% no mês e 3,33% no ano.
O aumento anual na produção industrial brasileira também surpreendeu positivamente, com alta de 3,4% em setembro frente a uma projeção de 2,8%, contrastando com o crescimento anual de 2,3% registrado em agosto. O mercado de trabalho nacional também apresentou bons resultados: a taxa de desemprego caiu para 6,4% no terceiro trimestre, uma queda significativa que sinaliza a solidez da economia brasileira. Segundo Claudia Moreno, economista do C6 Bank, a baixa taxa de desemprego representa um desafio para o controle da inflação nos serviços, podendo resultar em um aumento adicional da Selic na próxima reunião do Copom, prevista para a semana que vem.
No panorama internacional, o mercado reage aos dados de inflação dos Estados Unidos divulgados na quinta-feira. O índice PCE, preferido pelo Fed, subiu 0,2% em setembro, em linha com as expectativas, mas com leve aceleração em relação ao mês anterior, que registrou alta de 0,1%. Este cenário favorece a projeção de que o Fed reduzirá a intensidade dos cortes nas taxas de juros na próxima reunião de política monetária. A expectativa do mercado é de uma redução de 0,25 ponto percentual, embora as apostas para dezembro estejam divididas entre um novo corte e uma possível pausa.
Outro fator que reforça essa visão foi o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no terceiro trimestre, conforme divulgado recentemente. Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, observa que o cenário atual confirma uma trajetória de "pouso suave" da economia americana, afastando receios mais graves de uma desaceleração brusca da atividade econômica.
Fonte: Portal do Agronegócio
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