Mercado Financeiro

Dólar recua para R$ 5,86 com impacto de alta dos juros e atenção ao cenário internacional

Acompanhamento da Selic, dados externos e estado de saúde do presidente movimentam os mercados financeiros


Publicado em: 12/12/2024 às 10:40hs

Dólar recua para R$ 5,86 com impacto de alta dos juros e atenção ao cenário internacional

O dólar abriu esta quinta-feira (12) em forte queda, refletindo a recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa básica de juros, além de fatores internacionais e o estado de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Às 9h30, a moeda norte-americana era negociada a R$ 5,8982, recuando 1,17%, e chegou à mínima de R$ 5,8686 durante o dia.

Na quarta-feira (11), o dólar fechou em baixa de 1,30%, cotado a R$ 5,9682. No acumulado da semana, a moeda apresenta queda de 1,70%, enquanto no mês registra leve recuo de 0,54%. No entanto, o acumulado do ano ainda indica alta de 22,99%.

Ibovespa mantém alta com foco na decisão do Copom

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, segue em alta após ter fechado a quarta-feira com valorização de 1,06%, atingindo 129.593 pontos. Com isso, o índice acumula ganhos de 2,90% na semana e 3,12% no mês, apesar de ainda registrar queda de 3,42% no acumulado do ano.

Selic atinge 12,25% com maior alta do governo Lula

Na decisão anunciada na véspera, o Copom aumentou a taxa Selic em 1 ponto percentual, elevando-a de 11,25% para 12,25% ao ano. Esse foi o maior ajuste desde fevereiro de 2022 e a mais expressiva alta de juros na gestão do presidente Lula.

O comunicado do Banco Central adotou um tom mais rígido, alertando para um cenário "menos incerto e mais adverso". Projeções indicam que a taxa de juros pode alcançar 14,25% ao ano até 2025. O BC também destacou riscos à inflação, como expectativas desancoradas, pressões no setor de serviços e impactos do câmbio desvalorizado.

Segundo Jason Vieira, diretor-geral da MoneYou, a postura do Copom sinaliza que o BC está "à frente da curva", antecipando ajustes para controlar a inflação.

Atenção ao estado de saúde do presidente Lula

No âmbito doméstico, os mercados monitoram a saúde do presidente Lula, que passou por um procedimento endovascular na manhã desta quinta-feira para evitar um novo sangramento cerebral. O procedimento foi considerado bem-sucedido e não altera a previsão de alta da UTI ainda nesta quinta-feira.

Cenário internacional: dados econômicos e BCE em destaque

No exterior, os investidores acompanham indicadores econômicos dos Estados Unidos, como a inflação ao produtor e os pedidos de auxílio-desemprego, que influenciam as decisões de juros do Federal Reserve.

Além disso, o Banco Central Europeu (BCE) também deve anunciar sua decisão de política monetária, atraindo atenção para o impacto global nos mercados financeiros.

Perspectivas fiscais no Brasil

O quadro fiscal brasileiro segue no radar, com incertezas sobre a aprovação do pacote de cortes de gastos e o avanço da regulamentação da reforma tributária no Senado.

O mercado financeiro se mantém atento às interações entre o cenário doméstico e internacional, avaliando os desdobramentos das decisões econômicas e políticas nos próximos dias.

Fonte: Portal do Agronegócio

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