Mercado Financeiro

Dólar recua em meio a expectativas sobre inflação e decisões do Copom

Mercado financeiro acompanha dados do IPCA e movimentações fiscais enquanto aguarda decisão do Banco Central


Publicado em: 10/12/2024 às 10:20hs

Dólar recua em meio a expectativas sobre inflação e decisões do Copom

O dólar iniciou a terça-feira em queda, após alcançar um novo recorde nominal na véspera, cotado a R$ 6,0820. A desvalorização reflete a análise dos investidores sobre os recentes dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além da expectativa em torno das decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, previstas para quarta-feira.

Expectativa sobre juros e cenário fiscal

Com a manutenção de uma inflação elevada e sinais de atividade econômica aquecida, o mercado prevê que o Copom deverá elevar novamente a taxa básica de juros (Selic). Paralelamente, aumentam as incertezas sobre a aprovação do pacote de corte de gastos proposto pelo governo. Relatos indicam que o custo político para viabilizar a aprovação no Congresso tem aumentado, envolvendo negociações complexas e demandas adicionais de parlamentares.

A liberação de R$ 3,2 bilhões em emendas PIX foi sinalizada como estratégia do governo para acelerar a tramitação do pacote fiscal. Essa medida se soma à liberação anterior de R$ 7,8 bilhões em emendas impositivas, mas enfrenta desafios devido às novas exigências de transparência impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), como a necessidade de identificação nominal e planos de trabalho detalhados.

Desempenho do mercado

Às 9h05, o dólar registrava queda de 0,92%, cotado a R$ 6,0255. Na segunda-feira, a moeda norte-americana havia subido 0,18%, acumulando alta de 1,36% no mês e 25,34% no ano.

Enquanto isso, o índice Ibovespa abriu suas negociações às 10h, após encerrar o dia anterior com alta de 1%, aos 127.210 pontos. No acumulado, o índice registrou ganho de 1,23% no mês, mas segue com queda de 5,20% no ano.

Cenário internacional

No exterior, o foco está na divulgação dos dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos, previstos para esta semana. O Federal Reserve (Fed) avalia esses indicadores para ajustar sua política monetária. Na última sexta-feira, o relatório de empregos mostrou a criação de 227 mil vagas em novembro, com a taxa de desemprego subindo para 4,2%.

Apesar das indicações de desaceleração econômica, o Fed pode encontrar dificuldades em alcançar métricas ideais de inflação e crescimento em 2025. Além disso, as recentes declarações do presidente eleito Donald Trump sobre tarifas comerciais e protecionismo alimentam preocupações sobre inflação e impacto global.

Perspectivas

Com variáveis domésticas e internacionais em jogo, o mercado financeiro segue atento às decisões do Copom e do Fed, bem como às movimentações políticas que definirão o futuro do pacote fiscal brasileiro. Esses fatores continuam a ditar o rumo dos ativos financeiros e das expectativas econômicas.

Fonte: Portal do Agronegócio

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