Publicado em: 10/12/2025 às 10:50hs
O dólar iniciou a quarta-feira (10) em queda frente ao real, refletindo a postura cautelosa dos investidores diante da expectativa pelas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Às 9h, a moeda norte-americana era cotada a cerca de R$ 5,43, com recuo de 0,25%, enquanto o contrato futuro de janeiro, o mais negociado na B3, registrava leve queda, em torno de R$ 5,4450.
O movimento é acompanhado por um cenário de atenção redobrada em Brasília, após a Câmara dos Deputados aprovar o projeto que reduz as penas dos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Analistas apontam que o mercado segue atento tanto às pautas econômicas quanto às tensões políticas internas.
Esta quarta-feira é marcada pela última “superquarta” do ano — data em que o Comitê de Política Monetária (Copom) e o Federal Reserve (Fed), dos Estados Unidos, divulgam suas decisões sobre as taxas de juros.
No Brasil, a expectativa majoritária é pela manutenção da Selic em 15% ao ano, o maior nível em quase 20 anos, enquanto o Fed também deve manter sua taxa de referência. A divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro é outro ponto de atenção, já que pode ajudar a definir o ritmo da política monetária para 2026.
De acordo com analistas, as decisões desta semana serão determinantes para o comportamento do câmbio e dos ativos financeiros nas próximas semanas.
Mesmo com a leve desvalorização de hoje, o dólar ainda acumula alta de 1,8% em dezembro, segundo dados do mercado financeiro. No entanto, no acumulado do ano, a moeda registra queda de 12%, sustentada pela entrada de capital estrangeiro e pela estabilidade da economia brasileira ao longo de 2025.
O Banco Central realiza nesta manhã leilão de 50 mil contratos de swap cambial, medida usada para rolagem de vencimentos e controle da volatilidade no câmbio.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, abriu o pregão em leve alta, mas opera de forma instável, refletindo a combinação de ajustes técnicos, expectativas inflacionárias e movimentos globais.
Na parcial do mês, o índice acumula queda de 0,7%, mas mantém alta de 31,3% no ano, impulsionado pelo bom desempenho do setor agroexportador e da indústria de commodities.
Para especialistas, o comportamento do câmbio nas próximas semanas dependerá das mensagens transmitidas pelos bancos centrais. Caso o Copom ou o Fed sinalizem cortes de juros, o real pode ganhar força frente ao dólar. Por outro lado, uma postura mais conservadora pode manter a moeda norte-americana em patamares elevados.
Enquanto isso, produtores rurais e exportadores acompanham de perto as variações cambiais, que influenciam diretamente os preços de insumos, custos logísticos e receitas das exportações agrícolas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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