Publicado em: 15/07/2025 às 10:50hs
O dólar abriu em queda nesta terça-feira (15), refletindo a cautela do mercado com os desdobramentos da nova política tarifária do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil. Às 9h33, a moeda norte-americana recuava 0,32%, cotada a R$ 5,5660. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira (B3), inicia as negociações às 10h.
Na segunda-feira (14), o dólar havia encerrado em alta de 0,65%, cotado a R$ 5,5837 — maior valor em mais de um mês. Já o Ibovespa caiu 0,65%, fechando aos 135.299 pontos.
O mercado segue atento às declarações de Donald Trump, que voltou a defender tarifas mais severas como forma de pressão geopolítica. Além da taxação de 50% sobre produtos brasileiros, o ex-presidente norte-americano também anunciou:
Investidores temem que essas medidas gerem impactos inflacionários nos EUA e no mundo, o que pode levar o Federal Reserve (Fed) a manter os juros elevados por mais tempo, fortalecendo o dólar globalmente.
O governo brasileiro estuda estratégias para responder à imposição tarifária dos EUA. Nesta terça-feira, o vice-presidente Geraldo Alckmin lidera duas reuniões com representantes da indústria e do agronegócio para avaliar os impactos sobre as exportações e discutir contramedidas.
A medida de Trump, que entra em vigor em 1º de agosto, foi classificada pelo governo Lula como uma retaliação política motivada por críticas ao Supremo Tribunal Federal e em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
As reuniões fazem parte de um comitê interministerial formado por representantes dos ministérios da Fazenda, Relações Exteriores, Indústria e Comércio, além da Casa Civil.
Como parte da resposta brasileira, o governo publicou nesta terça-feira o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade Econômica. O texto define os procedimentos legais para suspender concessões comerciais e obrigações relacionadas a direitos de propriedade intelectual em casos de ações unilaterais de países que prejudiquem a competitividade do Brasil.
Trump, no entanto, já alertou que, caso o Brasil aumente tarifas em retaliação, os EUA podem elevar ainda mais as taxas sobre produtos brasileiros.
Além da tensão comercial, os investidores acompanham os dados econômicos divulgados por China e Estados Unidos:
Outro fator de atenção no mercado é a audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF), marcada para esta terça-feira, que tratará da elevação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
A audiência, convocada pelo ministro Alexandre de Moraes, reúne representantes do Executivo, Congresso Nacional, Procuradoria-Geral da República, Advocacia-Geral da União e autores das ações.
Contexto:
Em maio, o governo anunciou aumento do IOF sobre operações de crédito e câmbio. No entanto, o Congresso derrubou o decreto. Moraes então suspendeu todos os atos e propôs a conciliação.
O Palácio do Planalto defende a medida como forma de justiça tributária, afirmando que busca taxar os mais ricos. Já o Congresso se posiciona contra novos aumentos de impostos sem cortes nos gastos públicos.
A combinação entre a disputa comercial com os EUA, as tensões fiscais internas e os indicadores globais deve continuar guiando o comportamento do mercado brasileiro nos próximos dias.
Fonte: Portal do Agronegócio
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