Publicado em: 03/09/2025 às 10:40hs
O dólar iniciou a quarta-feira (3) em queda frente ao real, em meio à atenção dos investidores para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) e para a divulgação de indicadores econômicos nos Estados Unidos. Além disso, o mercado acompanha de perto os impactos das novas tarifas comerciais impostas pelo governo Donald Trump e a divulgação dos resultados da produção industrial no Brasil.
Às 9h04, o dólar à vista caía 0,27%, cotado a R$ 5,4601. Pouco depois, por volta das 9h40, a moeda americana ampliava as perdas e recuava 0,39%, negociada a R$ 5,452. Já o contrato futuro de primeiro vencimento, na B3, registrava baixa de 0,23%, a R$ 5,4930.
Na véspera, a divisa norte-americana havia subido 0,66%, encerrando o pregão a R$ 5,4748. No acumulado da semana e do mês, o dólar avança 0,96%, mas ainda acumula queda de 11,42% em 2025.
O Banco Central anunciou para esta sessão um leilão de até 40 mil contratos de swap cambial tradicional, com vencimento em 1º de outubro de 2025, para fins de rolagem.
No cenário doméstico, o mercado repercute o segundo dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete acusados no STF, por tentativa de golpe de Estado em 2022.
Investidores avaliam possíveis impactos políticos e diplomáticos, sobretudo no relacionamento com os Estados Unidos. Ontem, cresceu a preocupação de que uma eventual condenação leve o governo Trump a adotar novas sanções contra o Brasil, incluindo a aplicação da Lei Magnitsky, que permite medidas contra indivíduos e instituições acusados de violações de direitos humanos e corrupção.
Esse temor pressionou o setor bancário na sessão anterior, com queda generalizada dos papéis. Entre as principais instituições, o Banco do Brasil recuou 3,18%, o Itaú caiu 1,70%, o Bradesco teve baixa de 1,16% e o Santander recuou 0,39%. A única exceção foi o BTG Pactual, que avançou 0,18%.
Na terça-feira (2), o Ibovespa caiu 0,67%, aos 140.335 pontos. O índice acumula queda de 0,77% na semana e no mês, mas ainda sustenta alta de 16,67% em 2025.
Segundo analistas, a volatilidade no câmbio e no mercado acionário tende a se intensificar durante o julgamento de Bolsonaro, diante da possibilidade de sanções adicionais dos EUA.
No cenário externo, os investidores aguardam a divulgação do relatório Jolts, que detalha o número de vagas abertas, contratações e desligamentos nos Estados Unidos em julho. O indicador pode reforçar expectativas em relação à política monetária do Federal Reserve.
Além disso, nesta semana, uma missão empresarial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) participa de negociações em Washington para tratar das tarifas de 50% aplicadas pelo governo Trump sobre produtos brasileiros desde agosto.
No campo doméstico, o IBGE divulgou que a produção industrial brasileira caiu 0,2% em julho, após alta no segundo trimestre. O resultado ficou dentro das expectativas de analistas consultados pela Reuters, que projetavam retração de 0,2% no mês e avanço de 0,3% na comparação anual.
Frente a julho de 2024, houve crescimento de 0,2%. Ainda assim, o setor permanece 15,3% abaixo do pico histórico registrado em maio de 2011.
O desempenho segue prejudicado pelo juro básico elevado, com a Selic em 15%, e pela guerra comercial entre Brasil e Estados Unidos, que já afeta setores exportadores.
Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street encerraram a terça-feira em queda, refletindo incertezas sobre as tarifas comerciais. O Dow Jones recuou 0,55%, o S&P 500 caiu 0,71% e o Nasdaq perdeu 0,82%.
Na Europa, as bolsas operam em alta nesta quarta-feira, revertendo perdas da sessão anterior. O DAX da Alemanha sobe 0,80%, o FTSE 100 do Reino Unido avança 0,57% e o CAC 40 da França valoriza 0,97%.
Já na Ásia, os mercados tiveram desempenho misto: Xangai recuou 1,16%, o Hang Seng caiu 0,60% e o Nikkei perdeu 0,88%. Em contrapartida, Seul (+0,38%) e Taiwan (+0,35%) fecharam em alta.
Fonte: Portal do Agronegócio
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