Publicado em: 27/05/2025 às 10:45hs
Nesta terça-feira (27), o dólar abriu em baixa de 0,51%, cotado a R$ 5,6463 por volta das 9h28. O recuo ocorre após a valorização de 0,52% na véspera, quando a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 5,6751. Já o Ibovespa, que havia encerrado a segunda-feira com alta de 0,23%, aos 138.136 pontos, só inicia os negócios após as 10h.
O principal destaque da agenda econômica nacional é a divulgação do IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial do país. De acordo com o IBGE, o índice registrou alta de 0,36% em maio, puxada principalmente pelo aumento nos preços da energia elétrica e dos medicamentos.
Nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 5,40%, abaixo dos 5,49% registrados até abril. Em abril, o avanço havia sido de 0,43%. Esses dados são acompanhados de perto pelos investidores, que buscam antecipar os próximos passos do Banco Central em relação à taxa básica de juros, a Selic — atualmente em 14,75%, o maior patamar em quase duas décadas.
O aumento do IOF, proposto pelo governo na semana passada, tem gerado reações no Congresso Nacional, que já acumula 20 propostas para barrar a medida. O objetivo da elevação do imposto é arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025, contribuindo para o cumprimento da meta de déficit fiscal zero.
A medida, no entanto, enfrentou críticas especialmente quanto à taxação de investimentos no exterior, levantando preocupações sobre possíveis restrições à movimentação de capitais. Diante da reação negativa, o governo recuou parcialmente, abrindo mão de parte da arrecadação.
Na sexta-feira (23), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, minimizou os efeitos do recuo, mas admitiu que isso poderá exigir bloqueios adicionais no orçamento. O governo já havia anunciado um corte de R$ 31,3 bilhões nas despesas, interpretado pelo mercado como um sinal positivo de compromisso fiscal.
Nesta segunda-feira (26), Haddad declarou que o governo ainda estuda como compensar a perda de receita: “Temos até o fim da semana para decidir se será com mais contingenciamento ou com alguma substituição”, disse.
Outro fator que influencia os mercados é o adiamento, por parte dos Estados Unidos, da aplicação de tarifas de 50% sobre produtos da União Europeia, previstas inicialmente para entrar em vigor em junho. O anúncio da medida foi feito na sexta-feira (23) pelo ex-presidente Donald Trump, mas, no domingo, a decisão foi suspensa até o dia 9 de julho após um pedido da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
A suspensão temporária abriu espaço para novas negociações entre representantes comerciais dos EUA e da UE, que devem se reunir nesta semana. Von der Leyen declarou, em publicação na rede X, que teve uma "boa conversa" com Trump e que a Europa está disposta a avançar rapidamente nas negociações.
O bloco europeu ainda enfrenta tarifas americanas de 25% sobre aço, alumínio e carros, além de impostos de 10% sobre diversos outros produtos — como veículos alemães (BMW e Porsche), azeite de oliva italiano e bolsas de luxo francesas.
Apesar do alívio, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, avaliou que o cenário atual oferece uma oportunidade estratégica para o euro: “As mudanças em curso criam a abertura para um momento global da moeda europeia”, afirmou nesta segunda-feira.
Além do IPCA-15, outros dados relevantes serão divulgados ao longo da semana:
Esses indicadores deverão continuar influenciando o comportamento do mercado financeiro nos próximos dias.