O dólar iniciou a semana em queda nesta segunda-feira (7), em meio à expectativa de novos dados de inflação tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Os investidores aguardam informações que podem direcionar os próximos passos das políticas monetárias dos bancos centrais de ambos os países.

Na sexta-feira passada (4), a moeda norte-americana fechou com desvalorização de 0,33%, cotada a R$ 5,4555. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou uma leve alta de 0,09%, encerrando o pregão com 131.792 pontos.

Dólar e Ibovespa

Às 10h05 desta segunda, o dólar recuava 0,35%, sendo negociado a R$ 5,4365. Na última sexta-feira, a moeda acumulou alta de 0,35% na semana, 0,16% no mês e expressivo ganho de 12,43% no acumulado do ano.

O Ibovespa, por sua vez, operava em alta de 0,27% no mesmo horário, atingindo 132.152 pontos. Apesar do desempenho positivo no pregão anterior, o índice ainda registra uma queda de 0,71% na semana, perdas de 0,02% no mês e um recuo de 1,78% no ano.

Expectativas e Influências no Mercado

Com poucos eventos relevantes na agenda desta segunda-feira, os mercados iniciaram a semana focados nos próximos dados de inflação. A expectativa é que os indicadores forneçam novas pistas sobre os rumos das políticas monetárias tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Nos EUA, os dados mais recentes sobre o mercado de trabalho, divulgados na sexta-feira, sugeriram que o Federal Reserve (Fed) poderia ajustar o ritmo de cortes nas taxas de juros, atualmente entre 4,75% e 5%. O relatório de emprego revelou uma taxa de desemprego de 4,1% em setembro, ligeiramente abaixo dos 4,2% do mês anterior. Além disso, foram criadas 254 mil vagas de trabalho, superando as expectativas de 147 mil.

Esses números indicam que o mercado de trabalho norte-americano ainda está aquecido, o que pode manter a pressão inflacionária. Como resultado, os investidores também aguardam a divulgação da ata da última reunião do Fed, marcada para quarta-feira (9), que pode oferecer mais detalhes sobre os próximos movimentos do banco central.

No cenário externo, as tensões no Oriente Médio continuam a pesar sobre os mercados. Os recentes bombardeios de Israel no Líbano e o confronto com o Hezbollah têm atraído atenção global. Nas últimas semanas, dois brasileiros perderam a vida em meio ao conflito, e a Força Aérea Brasileira já iniciou operações de repatriação, trazendo de volta 228 cidadãos brasileiros no domingo (6).

Cenário no Brasil

No Brasil, além dos dados de inflação, os investidores também acompanham as movimentações no Senado, onde Gabriel Galípolo, indicado à presidência do Banco Central, será sabatinado nesta terça-feira (8). No campo fiscal, o lançamento de novas medidas de arrecadação pelo governo federal tem sido amplamente discutido.

Na semana passada, o superávit da balança comercial brasileira foi de US$ 5,363 bilhões em setembro, conforme divulgou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). No entanto, a pasta reduziu a projeção de superávit anual para US$ 70,4 bilhões, frente aos US$ 79,2 bilhões estimados anteriormente.

Enquanto isso, o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, trouxe uma ligeira elevação nas previsões de inflação para 2023, de 4,37% para 4,38%, reforçando a cautela entre os agentes financeiros.