Publicado em: 27/06/2025 às 10:18hs
O dólar opera em queda nesta sexta-feira (27), refletindo a atenção do mercado a uma série de indicadores econômicos no Brasil e nos Estados Unidos. Por volta das 9h50, a moeda norte-americana era cotada a R$ 5,4628, com recuo de 0,65%. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,4598. Na véspera, a divisa já havia caído 0,99%, encerrando o dia a R$ 5,4985.
Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, ainda não havia iniciado os pregões, com abertura prevista para às 10h. Na quinta-feira, o índice subiu 0,99%, alcançando 137.114 pontos.
O mercado opera em compasso de espera diante de divulgações relevantes. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou os novos dados da Pnad Contínua, que mede a taxa de desemprego no país, além do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). Já nos EUA, os olhos estão voltados para o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE), principal termômetro de inflação utilizado pelo Federal Reserve (Fed).
Outro fator que movimenta os mercados é a decisão do Congresso Nacional de derrubar o decreto que aumentava a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida, proposta pelo governo, enfrentou forte resistência no Legislativo e acabou sendo rejeitada com ampla maioria nas duas casas.
A Câmara aprovou a derrubada por 383 votos a 98, e o Senado confirmou a decisão poucas horas depois. Segundo a equipe econômica, a medida deve resultar em uma perda de arrecadação de cerca de R$ 10 bilhões ainda em 2025. O mercado agora espera a resposta do governo, que pode incluir novos bloqueios e contingenciamentos no Orçamento.
De acordo com o blog de Gerson Camarotti, analistas políticos avaliam que a articulação entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), foi decisiva para a derrota do Planalto. A parceria dos dois líderes legislativos deve ganhar força em futuras negociações com o Executivo e o Supremo Tribunal Federal.
No cenário internacional, o fim do prazo de suspensão do "tarifaço" promovido por Donald Trump volta a preocupar o mercado. Com poucos acordos comerciais firmados até o momento, cresce o temor de uma escalada na guerra comercial, o que pode impactar diretamente a inflação e o consumo global.
O presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizou cautela em relação aos efeitos da retomada das tarifas. Em depoimento ao Congresso norte-americano, Powell afirmou que os aumentos tarifários “provavelmente elevarão os preços e pesarão sobre a atividade econômica”. Ele reiterou essa posição também durante audiência no Senado.
As declarações de Powell têm sido alvo de críticas por parte de Donald Trump, que chegou a chamá-lo de “burro” e “teimoso” nas redes sociais. Segundo o The Wall Street Journal, o ex-presidente dos EUA estuda até mesmo substituir o comando do banco central antes do fim do mandato de Powell, o que levanta preocupações sobre a autonomia da instituição.
Veja o desempenho acumulado do dólar e da Bolsa de Valores:
Fonte: Portal do Agronegócio
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