Publicado em: 28/10/2025 às 11:16hs
O dólar manteve-se praticamente estável frente ao real na manhã desta terça-feira, 28 de outubro, com leve alta. Às 9h21, a moeda americana era cotada em R$ 5,3817 na venda à vista. No mercado de futuros local na B3, o contrato mais líquido para novembro operava em R$ 5,3885, com uma oscilação de +0,09%.
Na sessão anterior (segundafeira), o dólar fechou em queda de 0,42% (R$ 5,3706), impulsionado por recuo da moeda norte-americana no exterior e pelo encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Donald Trump, no qual se reacendeu a expectativa de maior cooperação comercial entre Brasil e EUA, fortalecendo o real.
No acumulado do ano, a moeda americana registra queda de cerca de 13% ante o real, reflexo de fluxos cambiais e diferencial de juros favorável ao Brasil.
O foco dos agentes está na reunião do comitê de política monetária da Federal Reserve (Fed), agendada para quarta-feira (29). As expectativas são de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros dos EUA, que atualmente se encontra entre 4,00% e 4,25%. As probabilidades do corte são estimadas em cerca de 97,8%, conforme a ferramenta CME Group FedWatch.
Mais relevante que o corte imediato é o tom (forward guidance) que será transmitido pelo Fed a respeito das próximas reuniões (dezembro, janeiro e março). Indicadores recentes de inflação (CPI anual em 3,0% até setembro) reforçam a expectativa de flexibilização monetária futura.
Além dos fatores domésticos, o mercado acompanha de perto o encontro previsto entre Donald Trump e o presidente da China, Xi Jinping, marcado para quinta-feira (30) na Coreia do Sul, no contexto de tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
Também recente foi o acordo firmado entre EUA e Japão sobre terras raras — elemento que contribui para a percepção de maior estabilidade nas cadeias globais, impactando o apetite por risco.
Em linha com esse cenário, mercados globais tiveram avanço recente, mas mostraram sinais de enfraquecimento após recentes recordes, à medida que investidores aguardam definições nos bancos centrais e nas negociações internacionais.
No pregão anterior, o principal índice da B3, o Ibovespa, avançou aproximadamente 0,55%, renovando recorde histórico de fechamento. Hoje, o índice opera em leve queda (por volta de –0,21%) nos primeiros negócios, com os investidores reagindo às incertezas externas e às expectativas para política monetária.
Em termos de acumulado, o índice registra ganhos de cerca de +22,19% no ano e +0,50% no mês.
Com a expectativa de cortes de juros nos EUA e a manutenção da taxa básica de juros no Brasil (taxa Selic elevada), o diferencial de juros favorece a entrada de capitais denominados em dólar no país — uma condição que tende a sustentar o real frente à moeda americana.
Caso o Fed reforce expectativas de cortes contínuos, pode haver pressão baixista adicional sobre o dólar, enquanto o real se beneficia da atratividade relativa dos ativos brasileiros.
Fonte: Portal do Agronegócio
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