Publicado em: 22/07/2025 às 11:07hs
Na manhã desta terça-feira (22), o dólar apresentou leve oscilação e recuava 0,05% às 10h30, cotado a R$ 5,5618. Na véspera, a moeda americana fechou em baixa de 0,41%, aos R$ 5,5644. No acumulado do mês, o dólar já registra alta de 2,41%, apesar de apresentar queda de quase 10% no ano.
O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, operava em alta de 0,64%, alcançando 135.027 pontos, impulsionado pela cautela dos investidores que aguardam pronunciamentos do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e novos dados econômicos dos Estados Unidos. No fechamento da segunda-feira, o Ibovespa avançou 0,59%, aos 134.167 pontos, com alta acumulada de 11,54% no ano.
O clima entre Brasil e Estados Unidos segue tenso após o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, revogar vistos americanos de membros do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo ministros Alexandre de Moraes, Luis Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Essa medida ocorreu em resposta à tarifa de 50% imposta pelo governo Trump sobre produtos brasileiros, além da abertura de uma investigação contra o Brasil por supostas práticas comerciais desleais.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista à rádio CBN que o governo brasileiro “não vai sair da mesa de negociação” com os EUA sobre o tarifaço. Segundo ele, a determinação do presidente Lula é manter o engajamento permanente para resolver o impasse.
Além disso, Haddad destacou que a equipe econômica já prepara um plano de contingência para minimizar os impactos nos setores mais afetados.
Paralelamente, a União Europeia enfrenta obstáculos nas negociações comerciais com os Estados Unidos. Diplomatas europeus relataram propostas divergentes nas últimas rodadas, o que dificulta o avanço para um acordo que evite o aumento das tarifas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, se reúne nesta semana com o presidente chinês, Xi Jinping, para fortalecer as relações comerciais entre UE e China, buscando alternativas em meio à instabilidade global.
Nesta semana, o dólar acumula queda de 0,41%, mas registra alta de 2,41% no mês e queda de 9,96% no ano. Já o Ibovespa tem alta de 0,59% na semana, queda de 3,38% no mês, mas acumula valorização de 11,54% no ano.
O boletim Focus divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (21) apontou nova redução na projeção de inflação para 2025, que caiu de 5,17% para 5,10%. Mesmo com a queda, a expectativa segue acima do teto da meta oficial (4,5%). Para 2026, a inflação prevista recuou ligeiramente para 4,45%, com estabilidade nas projeções para 2027 (4%) e 2028 (3,8%).
A estimativa para o crescimento do PIB em 2025 foi mantida em 2,23%, enquanto para 2026 houve leve ajuste de 1,89% para 1,88%. A taxa Selic permanece projetada em 15% ao ano para 2025, com expectativa de queda gradual para 12,5% em 2026 e 10,5% em 2027, refletindo a cautela do mercado diante dos desafios econômicos globais e das contas públicas.
Com o prazo limite de 1º de agosto se aproximando, a União Europeia demonstra poucas expectativas de fechar acordo com os EUA para evitar o aumento das tarifas. O aumento das tensões é agravado pela ameaça do governo Trump de elevar tarifas de 10% para 30% sobre produtos europeus.
Diplomatas revelaram que os representantes norte-americanos apresentaram propostas divergentes, dificultando consenso. A UE estuda ativar o instrumento de “anti-coerção” para retaliar setores estratégicos americanos e analisa aplicar um pacote tarifário de 21 bilhões de euros, suspenso até 6 de agosto.
Por sua vez, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, reafirmou que o governo prioriza a qualidade dos acordos comerciais, mantendo o prazo para o aumento das tarifas.
Scott Bessent também comentou que o Federal Reserve precisa ser avaliado em sua eficácia, evitando-se “alarmismos” em relação ao impacto das tarifas na inflação. Questionado sobre suposta recomendação para o presidente Trump não demitir Jerome Powell, Bessent preferiu não comentar, afirmando que essa decisão cabe exclusivamente ao presidente.
Na Ásia, a China manteve inalteradas suas taxas de juros de referência: 3% para o crédito de um ano e 3,5% para o crédito de cinco anos, usado em hipotecas.
Apesar dos sinais de crescimento mais resiliente, a demanda interna fraca e riscos da guerra comercial ainda pressionam a economia, mantendo expectativas de estímulos futuros.
Além disso, Pequim anunciou novas regras para o setor de aluguel residencial, visando maior regulação e oferta.
O destaque ficou para o anúncio do início das obras da maior usina hidrelétrica do mundo no Planalto Tibetano, um investimento estimado em US$ 170 bilhões. O projeto, o mais ambicioso desde a Usina das Três Gargantas, foi visto pelo mercado como um estímulo à economia chinesa, impulsionando ações e títulos na Ásia.
Fonte: Portal do Agronegócio
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