Publicado em: 28/05/2025 às 10:30hs
O dólar comercial iniciou esta quarta-feira (28) com leve valorização, cotado a R$ 5,6524 por volta das 9h02. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, só iniciou suas operações após as 10h.
A expectativa dos agentes financeiros está voltada para a divulgação de dois importantes indicadores: o relatório do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), no Brasil, e a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), nos Estados Unidos.
Na terça-feira (27), o mercado financeiro operou em clima de otimismo. O dólar encerrou o dia em queda de 0,53%, cotado a R$ 5,6451. Já o Ibovespa subiu 1,02%, fechando aos 139.541 pontos.
O destaque da terça-feira foi a divulgação do IPCA-15, prévia da inflação oficial brasileira. O índice registrou alta de 0,36% em junho, abaixo da projeção de 0,44%.
Esse resultado reforça a possibilidade de o Banco Central adotar uma postura mais cautelosa em relação aos juros. Atualmente, a taxa Selic está em 14,75% ao ano, o maior nível em quase duas décadas.
Com a inflação surpreendendo positivamente, aumenta a expectativa de interrupção ou desaceleração no ritmo de alta da Selic.
Apesar do alívio com a inflação, o ambiente fiscal segue no radar dos investidores. O aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado na semana passada, gerou reação negativa no Congresso Nacional, que já recebeu 20 propostas para barrar a medida.
O governo esperava arrecadar R$ 20,5 bilhões com a medida em 2025, como forma de contribuir para o cumprimento da meta de déficit zero.
Contudo, a elevação do imposto, especialmente sobre aplicações no exterior, levantou temores de controle de capitais. Diante da repercussão, o governo recuou parcialmente.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a equipe econômica ainda avalia como compensar a perda de arrecadação e que uma decisão será tomada até o fim da semana.
No cenário internacional, os mercados reagiram positivamente ao anúncio de adiamento da tarifa de 50% que os Estados Unidos aplicariam sobre produtos da União Europeia.
Inicialmente previstas para junho, as medidas foram postergadas para 9 de julho após conversas diplomáticas. O presidente dos EUA afirmou que a UE está disposta a negociar com rapidez, o que ajudou a aliviar a tensão.
Essa sinalização trouxe confiança ao mercado, que teme os impactos negativos de uma guerra comercial sobre o crescimento global.
Entre os produtos afetados pelas tarifas americanas estão automóveis de marcas alemãs como BMW e Porsche, azeite de oliva italiano e artigos de luxo franceses.
Além do Caged e da ata do Fed, o mercado monitora outros indicadores importantes:
O mercado financeiro brasileiro opera nesta quarta-feira sob a influência de fatores internos e externos. De um lado, a inflação controlada pode aliviar a pressão sobre os juros. De outro, a indefinição fiscal e os desdobramentos das tarifas internacionais seguem no radar dos investidores.
Fonte: Portal do Agronegócio
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