Publicado em: 06/12/2024 às 10:30hs
O dólar começou a sexta-feira (6) em leve alta, impulsionado pelas expectativas em torno da Cúpula do Mercosul, que acontece em Montevidéu, Uruguai. O evento reúne líderes regionais e conta com a presença de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. A participação de Von der Leyen reforça as esperanças de que um aguardado acordo comercial entre Mercosul e União Europeia seja anunciado, após anos de negociações.
Além disso, o mercado financeiro acompanha atentamente a divulgação de novos dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, que também influenciam os movimentos cambiais e de ativos.
Às 9h43, a moeda norte-americana registrava alta de 0,03%, cotada a R$ 6,0131. Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,60%, a R$ 6,0112. No acumulado da semana e do mês, o dólar apresenta alta de 0,18%, enquanto no ano já registra um avanço expressivo de 23,88%.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, inicia suas operações às 10h. Na quinta-feira (5), encerrou o pregão com alta de 1,40%, alcançando 127.858 pontos. O índice acumula alta de 1,74% na semana e no mês, mas apresenta um recuo de 4,72% no acumulado de 2024.
As expectativas em torno da assinatura de um acordo entre Mercosul e União Europeia são o principal destaque do momento. Esse pacto, conhecido como Acordo de Associação Mercosul-União Europeia, visa aprofundar as relações econômicas entre os blocos, facilitando o comércio de bens e serviços. No entanto, o tema permanece cercado de debates e divergências, tanto entre especialistas quanto entre os próprios países da União Europeia.
Segundo o professor Paulo Velasco, especialista em política internacional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o acordo, caso aprovado pela maioria, obrigará todos os países da União Europeia a seguirem as regras pactuadas. "A soberania comercial da União Europeia pertence à União Europeia", explicou Velasco em entrevista à GloboNews.
Contudo, há resistência dentro do bloco europeu, especialmente da França, que teme impactos negativos sobre sua economia. O professor alerta que, se o governo francês convencer outros países a se posicionarem contra, o processo de aprovação do acordo pode enfrentar barreiras significativas.
Velasco destacou ainda que um dos critérios decisivos para a validação de tratados no bloco é o fator populacional. "Se os países contrários representarem a maioria da população total da União Europeia, eles podem bloquear o acordo", observou.
Com as atenções voltadas tanto para a Cúpula do Mercosul quanto para os indicadores econômicos dos Estados Unidos, o mercado opera em um clima de expectativa. A eventual formalização do acordo comercial pode marcar um importante avanço nas relações entre os dois blocos, mas os desafios internos e externos continuam a moldar o panorama global.
Fonte: Portal do Agronegócio
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